GIRLS IN GREEN

Quanto mais vozes falam, mais somos ouvidos. A luta da união dos oprimidos.

Texto por: Marcio Makana

Meu nome é Makana e eu sou um homem preto de 29 anos e trabalho me comunicando aqui na internet há 6 anos. Esse tempo de interação tanto social quanto virtual me apontou uma dinâmica muito interessante que eu chamo de “A União dos Oprimidos”.

Frequentemente percebo que ideias progressistas, ideias contra opressão, são muito mais aceitas por segmentos específicos da sociedade. Pessoas pretas, mulheres e LGBTQ+ são muito mais abertas a repensar seus preconceitos.

O que essa galera tem em comum?

Todos esses grupos são sistematicamente silenciados. Nas estatísticas esses grupos proporcionalmente ganham menos quando ocupam os mesmos cargos que outros. Não vemos uma representatividade justa na mídia (pense em quantos heróis e heroínas temos nesses perfis no cinema). Sofremos diversos abusos (o abuso policial por pessoas pretas e os abusos sexuais contra mulheres). Não somos representados na política e assim nem nos nossos direitos. É uma série de pequenas sabotagens.

Não temos uma condição de igualdade.

Chegamos até aqui sendo moldados e influenciados para um padrão onde a referência da sociedade eram homens brancos heterossexuais, mas isso definitivamente está mudando.

Cada vez mais vemos os avanços das lutas por oportunidades iguais. A internet uniu essas pessoas silenciadas e agora sabemos que não lutamos sozinhos, que podemos nos organizar e ir ganhando ainda mais espaço. Por mais que haja muito caminho pela frente.

Qualquer um com o mínimo de humanidade quer viver em uma sociedade mais justa. Inclusive acredito que diversos homens brancos heterossexuais também. Para isso cabe a eles ouvirem muito (até pq nós ouvimos muito eles há muito tempo), tentarem entender essa posição e se questionarem sempre.

Mariele  Franco
Mariele Franco

A nova organização que a pandemia está trazendo é um momento perfeito para reformularmos essas injustiças estruturais. O mundo já mudou. Vamos aproveitar essa energia e avançar nossas pautas também. Já percebemos que o modelo que tentaram até agora fez mal pra muita gente.

Se é para nos reorganizarmos daqui pra frente que seja de forma mais igual, mais solidária, como pedimos há tanto tempo.

Vamos juntos!

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