GIRLS IN GREEN

Cultivar maconha é uma arte, e o solo vivo pode ser uma ferramenta incrível para quem deseja plantas saudáveis e cheias de sabor. Aqui, a gente explica mais sobre ele!

O solo é a base do nosso planeta — e, sem ele, milhões de espécies diferentes não teriam vida. Sua manutenção é extremamente importante para mantermos o equilíbrio de diversos ecossistemas, e ele definitivamente é uma das paradas fundamentais quando o papo é cultivo de maconha. E, embora cada jardineira tenha seus segredos e suas preferências, nós somos grandíssimas defensoras do solo vivo.

Através da evolução ao longo de milhares de anos, nossa Mãe Natureza desenvolveu uma relação simbiótica entre as plantas e a vida microbiana no solo: fungos, bactérias, protozoários e muitos outros pequenos seres vivos convivem em harmonia e ajudam no fortalecimento mútuo. Esses microrganismos formam uma teia alimentar do solo que contribui para a alimentação das plantas, a troca de carbono e tantos outros processos.

Nesse estilo orgânico de crescimento, o poder é devolvido às plantas e ao próprio meio ambiente. Mas isso não significa que nós, seres humanos, não tenhamos formas de auxiliar em tudo isso! 

Hoje, vamos falar sobre o que é o solo vivo e quais são suas vantagens para quem deseja um ambiente de cultivo saudável, tanto para suas plantinhas quanto para o mundo que vivemos. Vem com a gente mergulhar nessa temática.

 Foto colorida mostrando o solo vivo em profundidade, com grama na superfície
O solo vivo é um elemento de cultivo centrado na vida microbiana que existe e floresce dentro do solo

O que é solo vivo?

O cultivo de maconha acontece na natureza há milhares de anos. Durante quase todo esse tempo, ele aconteceu organicamente. Foi basicamente nos últimos 50 anos, e especialmente nos últimos 10 anos, que o cultivo indoor da planta se popularizou como uma forma de aumentar a escala e proteger os cultivadores — e, com ele, os meios sintéticos também se fortaleceram por aí. 

Para reduzir as variáveis ​​no sistema de cultivo, muitos produtores optaram por tirar as opções naturais de alimentação da planta. Quando isso acontece, as plantas são cultivadas em um solo inerte e alimentadas de maneira sintética, mesmo quando não precisam, o que pode causar vários desequilíbrios e problemas, principalmente para quem não tem tanta experiência assim. 

Nem todo mundo na indústria usa solo vivo hoje em dia, mas não podemos negar que há uma preferência pela planta cultivada orgânica e naturalmente por parte dos consumidores mais ligados. Afinal, é o mesmo que acontece com a nossa comida: se tiver escolha, você não vai preferir consumir nutrientes sintéticos, né?

Mas vamos focar no conceito: o solo vivo é um elemento de cultivo centrado na vida microbiana que existe e floresce dentro do solo. Desde fungos e bactérias até insetos e outros animais — o principal objetivo de manter um solo vivo é justamente possibilitar as trocas entre todos eles, que podem ser extremamente benéficas para a cannabis e reduzir os impactos ambientais do cultivo.

Ou seja, o solo vivo aproveita o poder da microvida no solo para permitir que a planta se alimente do que desejar quando realmente precisar. Nós, como jardineiras e jardineiros, apenas fornecemos as condições ideais para ajudar a planta e a cadeia alimentar do solo a fazer seu trabalho.

Como as plantas se alimentam no solo vivo?

As plantas “comem” através da chamada rizosfera, uma área imediatamente ao redor das raízes. Com elas, os vegetais se comunicam com a microvida que vive no subsolo e fazem trocas, no que é chamado de ciclo de nutrientes.

Pense nisso como uma ida ao mercado: a planta oferece certos elementos em troca da microvida apropriada que deseja. Esses micróbios criam nutrientes que a planta precisa e os trocam com a planta. Esta interação precisa entre dois organismos biológicos diferentes (plantas e microvida) pode ser mutuamente benéfica para ambas as partes e pode durar indefinidamente como acontece na natureza.

Com o método de cultivo em solo vivo, tentamos aproveitar todas as ferramentas oferecidas pela própria natureza e, dessa maneira, atingir o melhor potencial da planta. Este método natural nos permite manter um sistema sustentável com o mínimo de desperdício e máxima produtividade e qualidade.

É bom para a planta, para o solo, para o bolso e para mantermos um planeta sustentável como um todo. Gostoso demais!

Foto colorida de plantas de maconha plantadas em solo vivo, com cover crops
O solo vivo aproveita todas as ferramentas oferecidas pela natureza para atingir o melhor potencial da planta

Nutrientes naturais X nutrientes sintéticos

A simbiose (ou seja, as trocas equilibradas) no solo pode ser interrompida pela adição de nutrientes líquidos quelatados com ácidos orgânicos ou nutrientes à base de sal. Ao usar esses produtos, a população microbiana diminui, resultando em um solo menos saudável e desequilibrado. Quanto mais coisas você adiciona, maior sua chance de errar em algo.

Em uma situação de desequilíbrio, a microvida não pode fornecer tudo o que a planta precisa e pode eliminar a maior parte da vida microbiana do solo com mudanças de pH. 

O que queremos dizer com solo vivo é literalmente que sua maior força é a vida que o habita. Assim como a cadeia alimentar biológica que conhecemos entre humanos, animais, plantas e insetos de diferentes tamanhos, há uma dinâmica delicada na mistura do solo vivo de um cultivo.

Existem atores menores e maiores no solo, mas todos são importantes do seu próprio jeitinho. O solo vivo realmente reconhece essas relações complexas e permite que elas trabalhem para nós. Com métodos de cultivo convencionais, bem característicos da monocultura, os produtores alimentam as plantas com uma dieta que acham que é a ideal. Mas pense nos tomates do supermercado — grandes, bonitos e bem vermelhinhos, mas na maioria das vezes sem gosto e valor nutricional.

Foto colorida de um cultivo de maconha indoor, plantado em solo vivo
Um solo vivo equilibrado e bem cuidado é essencial para a vida na Terra

Quais as vantagens de cultivar em um solo vivo?

A gente já cantou a letra aqui nesse textão sobre a importância do solo, mas bora retomar! 

Um solo vivo equilibrado e bem cuidado é essencial para a vida na Terra. Ele serve como:

  • apoio ao crescimento de plantas (raiz);
  • um reservatório de nutrientes e água para a vegetação;
  • um lar de organismos com muitas funções ecológicas críticas (um punhado de solo pode conter tantos micróbios quanto pessoas no planeta);
  • reciclagem de materiais orgânicos;
  • regulação do ciclo hidrológico (água);
  • e outras.

Os humanos perturbaram a cadeia alimentar do solo em quase todos os solos que manejaram, fazendo com que ela se tornasse desequilibrada. Tudo isso devido ao uso em massa de maquinário moderno e aos nutrientes químicos, fertilizantes e pesticidas que matam a vida de bactérias benéficas, fungos, protozoários e nematóides no solo. Isso promove a desertificação de áreas gigantescas, e a perda de solo saudável, que pode gerar uma crise alimentar em pouquíssimo tempo.

Mas não é só papo de sustentabilidade, não. As suas plantas realmente vão agradecer você, já que terão uma proteção a mais contra indicadores biológicos e doenças, uma melhor distribuição de nutrientes e um controle da quantidade de água presente no solo. Você não vai precisar gastar tempo e dinheiro com insumos caros e pouco eficazes, e suas plantinhas vão se tornar muito mais saborosas.

A gente garante!

E aí, entendeu melhor o que é o tal do solo vivo que nós tanto falamos? Você pode gostar também de saber mais sobre a agricultura regenerativa e biodinâmica, que já falamos por aqui. E, se você também adora um solo vivo que nem a gente, pode contribuir para a saúde do seu com uma belíssima composteira — um dos melhores meios de produzir insumos orgânicos e limpos que nós conhecemos.

Não esqueça de nos seguir lá no Instagram @girlsingreen710 para mais informações sobre cultivo, haxixe, Redução de Danos e muito, mas muito mais.

Até a próxima!

guest
1 Comentário
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
View all comments
Alan
Alan
3 meses atrás

🙏