GIRLS IN GREEN

Já ouviu falar sobre o rosin de flor ou hash rosin e quer saber mais sobre essa extração de cannabis sem o uso de solventes (hidrocarbonetos)? Aqui, vamos te contar um pouco mais sobre e também como fazer!

Quem segue a gente no Instagram sabe que, entre a gente, rola uma paixão diferente pelas extrações – principalmente as que não levam solvente no processo de produção. E o rosin é uma delas! Seja de flor ou de hash: esse tipo de haxixe, que tem um jeitinho bem parecido com mel, é feito através da aplicação de pressão e de altas temperaturas nos materiais de origem. O resultado é um concentrado lindo, cheio de canabinoides e terpenoides!

Ficou a fim de saber mais sobre esse assunto tão interessante e cheio de detalhes? Aqui, a gente te conta tudo o que você precisa saber sobre o rosin e como fazê-lo!

Alerta: o rosin, por ser um concentrado feito a partir da cannabis, pode conter altas concentrações de canabinoides. Isso significa que strains dominantes em THC podem ter concentrações elevadíssimas do mesmo em seu extrato – podendo desencadear sensações desagradáveis, estados de ansiedade, paranoia, entre outros.

O que é o rosin?

O rosin é um tipo de concentrado feito a partir das plantas fêmeas de cannabis, rico em canabinoides, terpenoides, flavonoides. Como citamos ali em cima, ele é feito através de um processo de extração que utiliza uma combinação de calor e pressão para “espremer” quase instantaneamente a seiva resinosa de seu material de origem – que pode ser flor, hash ou até mesmo kief. Essa alta temperatura a qual o material é exposto também é responsável pela descarboxilação, ou seja, a ativação dos canabinoides presentes na matéria-prima.

O resultado é um produto translúcido, com aspecto de mel e, às vezes, mais endurecido. O melhor de tudo? Por ser 100% livre de solventes, assim como o bubble hash, ele é ainda mais seguro – tanto para se fazer quanto para se consumir. Diferente de outras extrações, feitas com hidrocarbonetos leves, como butano ou propano, não é necessária uma uma purga demorada para remover com segurança os resquícios de solvente, que podem contaminar o produto final. Além disso, se você decidir fazer esse tipo de hash, você não corre o risco de explodir nada (ufa)!

 O Hash Rosin é uma cultura bem presente costa Oeste dos Estados Unidos, agora se expandindo para o Canadá, Espanha, Itália e até mesmo a América do Sul, como o Brasil e o Chile. Tal óleo é o queridinho de muitos por não ter contaminantes em seu extrato, por passar por um processo de dupla filtragem. Lá, para fazer essa extração, muitos dos produtores usam seu material primeiro para extrair o bubble hash – o crème de crème, digamos assim.

O material que não é full melt (isso é, que por si só não derrete completamente quando vaporizado) vai para as prensas e se torna rosin. Então, ele passa por duas filtragens: primeiro na transformação de matéria para hash, onde já é possível isolar a cabeça dos tricomas da planta, e depois ao se tornar rosin – como ele passa de novo pela filtragem, é uma forma de limpar qualquer tipo de impureza, para se certificar de que não haja contaminantes vegetais.

Além de tudo isso, há um potencial terapêutico enorme para esse tipo de extração (mesmo que a mesma ofereça riscos pelas altas concentrações de THC). Geralmente usada para vaporizar, que é uma forma mais segura de consumir a substância, ela tem uma pureza e uma concentração que garantem que apenas um pouquinho é suficiente para efeitos satisfatórios! Por isso, também é preciso ter cuidado – esse tipo de extração pode conter até 90% de THC, que, em altas quantidades, pode trazer desconfortos.

Pote de rosin
Pote de rosin

Matéria prima: flor ou hash?

Existem alguns tipos de rosin, e, aqui, a gente vai falar um pouquinho deles:

  • O flower rosin é a extração feita diretamente com as flores na prensa ou chapinha. Ela pode ser feita tanto do método e equipamento mais caseiro quanto bem profissional (conforme a gente vai te mostrar já, já), e sua qualidade vai depender quase que inteiramente da qualidade da planta que você usar. O resto, é claro, vai variar conforme a temperatura e a pressão empregadas – tem que ter talento para fazer a continha de pressão, temperatura ideais e umidade na sua matéria prima (principalmente na flor)

  • Já o hash rosin é a extração da extração – usando da pressão, temperatura e bolsas de filtragem para fazer hash de grande pureza. É uma refinagem dupla que, quando bem feita, gera um hash de altíssima qualidade e que derrete por completo quando fumado ou vaporizado por não conter matéria vegetal! Como a gente já mencionou ali em cima, é uma técnica bastante usada para “reaproveitar” o water hash que não é full melt, para transformá-lo em algo como o rosin, sem a matéria vegetal.

  • Ainda existe o live rosin: um rosin feito com fresh frozen, ou seja, a planta ainda viva e  com os tricomas e terpenos frescos! No fresh frozen, a planta é colhida, o excesso de folhas é retirado e logo após esse processo ela é congelada por pelo menos 24h.

Como acontece a variação de cores no rosin?

Normalmente, o rosin de qualidade tem uma cor amarelo-dourada, com boa transparência e brilho. Basicamente, existem três principais fatores que podem alterar ou afetar a coloração de um rosin:

  • Qualidade do material;

  • Frescor do material;

  • Temperatura de prensagem.

O fator mais importante que afeta a clareza e coloração no rosin é a qualidade da matéria prima. Podemos argumentar que a qualidade depende muito do que cada um procura na sua cannabis e nas extrações, mas existem alguns indicadores: perfil de terpeno, densidade de tricomas, densidade de material e conteúdo de canabinoide ativo são alguns deles. Com isso dito, para simplificar as coisas, é um cenário de qualidade de entrada = qualidade de saída. Outro aspecto importante é a forma na qual o material foi seco e curado, que também desempenha um grande fator na clareza do rosin quando está sendo extraído.

Em segundo lugar: quanto mais fresco e mais recente for o material usado, melhor será a cor do seu rosin. À medida que as flores da cannabis, o kief e o haxixe envelhecem, eles se oxidam, o que também muda seu perfil de canabinoides. Com base em nossas pesquisas e experiência, o melhor momento para prensar é imediatamente após o material ser seco e curado. Assim, o material não terá passado por muita oxidação e ainda terá seus terpenos preservados. Entretanto, se você prensar um material de alta qualidade, mas que é mais velho e passou por uma extensa cura (feita corretamente), o resultado será mais escuro – mas terá um sabor incrível!

O terceiro fator chave é a temperatura na qual o material é prensado. Simplificando, o rosin exposto a altas temperaturas por muito tempo tende a escurecer consideravelmente e está sujeito a perda de terpenos (mas maior rendimento).

As temperaturas podem variar dependendo do material que você quiser prensar, seja flor ou hash muitos hash makers encontram bons resultados na faixa de 165 a 250 F. Acreditamos que, acima de 250 F, o perfil de terpeno do material tende a degradar significativamente. Aqui na Califórnia, a Alice, que é a nossa estudante árdua de cultivo e hash making, recomenda 170 F para hash rosin de ICE.

Rosin de flor no papel parchment
Rosin de flor

Rosin de flor

O rosin é uma opção segura e acessível de se fazer haxixe em casa – afinal, Redução de Danos também abrange estratégias para não colocar o nosso corpo em risco na hora de nos aventurarmos no universo do hash making! Basta ter um apetrecho bem comum: a chapinha. Isso mesmo: além de deixar seu cabelo um babado só, a prancha ainda pode te ajudar na extração de um hash super gostoso e simples de fazer!

O ideal é uma chapinha que você possa controlar a temperatura, mas, se não tiver, pode fazer com a normal – com bastante cuidado para não se queimar ou queimar seu material.

Mas existe uma diferença: se você vai fazer hash rosin, além da chapinha, você vai precisar das bolsas de filtragem. Se você prensar um hash sem as bolsas, o óleo vai entrar em contato com a matéria vegetal e pode contaminá-la. Com as flores, você não precisa delas necessariamente – só se você desejar.

Para ter acesso ao tutorial de como fazer rosin de flor na chapinha, clique neste link.

Como fazer o hash rosin:

No caso do hash, como a gente já falou, o material vai precisar ser enrolado em uma bolsa de filtragem com micragens diferentes (normalmente a 90 e 25u). Elas devem ser colocadas uma dentro da outra, para filtrar apenas a parte boa!

Você precisará de:

  • Papel vegetal (de preferência um papel vegetal específico para isso);

  • Flor de cannabis ou hash;

  • Bolsa de filtragem-  nós sugerimos essas duas: 90 e 25u

  • Chapinha de cabelo.

Passo a Passo

  • Primeiro passo: separe o hash na porção correta para o tamanho da sua bolsa de filtragem

  • Segundo passo: corte o papel vegetal em pequenos e dobre na forma de origami que for de sua preferência. Nós sugerimos uma forma que faça com o que o seu rosin, a partir da pressão, flua rapidamente pelo papel. Atenção para fazer um bloqueio no papel para não deixar o rosin escorrer fora do mesmo.

  • Terceiro passo: coloque o material nas bolsas de filtragem, primeiro em na 25u dobre corretamente, e depois dentro de uma 90u. Isso ajuda a não estourar na hora de prensar. Em um pedaço de papel, insira o material, e, com a chapa quente, pressione por aproximadamente cinco segundos, ou até 30 segundos dependendo da quantidade que você escolher. Cuidado para não pressionar a prancha muito rapidamente e deixar a sua bolsa de filtragem com hash se deslocar. Ou mesmo começar a prensar antes mesmo do óleo estar quente o suficiente para fluir por entre as telas de filtragem

  • Quarto passo: ao abrir o papel, você vai ver umas gotinhas douradas de resina ao redor do que foi esmagado pela pressão. Pegue a agora prensada bolsa de filtragem enquanto ainda estiver quente e depois colete a resina ao redor. É possível repetir a mesma operação várias vezes. Lembrem-se de armazenar dentro de um pote de vidro e de preferência na geladeira.

Dica para coletar: se você estiver em um lugar muito quente, coloque o papel vegetal dobrado com seu material dentro de um ziplock e coloque no freezer ou geladeira por alguns minutos antes coletar a extração. Após retirar da geladeira, é importante esperar um pouco antes de abrir o zip lock. Abrir a bolsa logo depois vai fazer com que sua peça de rosin comece a condensar com o ar e pode molhar o seu extrato.

Como é feita a extração nutella, isso é, rosin profissionalmente

Para fazer o rosin de forma mais profissional é necessário uma prensa de rosin, ou rosin press. Os valores da rosin press variam de mil a quase dez mil reais, ou seja, é algo mais utilizado para a produção industrial em maiores escalas e de melhor qualidade.

Com a rosin press é possível controlar a equação pressão + temperatura + tempo, e, com isso, ter um controle maior sobre a qualidade do produto. Temperaturas mais baixas deixam o rosin mais claro e mais terpenados (com mais sabor), enquanto temperaturas mais altas deixam o rosin mais escuro, mas com a vantagem de ter um rendimento maior.

Com a prensa profissional também é possível extrair o rosin da flor, mas, lá no mercado legal dos Estados Unidos, não se costuma usar esse material. As pessoas acreditam que, no flower rosin, ainda existem muitos lipídios – ou seja, as moléculas de gordura da planta. Para eles, isso faz com que ocorra a degradação e que a qualidade do produto caia muito. Mas isso não significa que você não possa fazer em casa!

Conversamos com o hash maker Flynn dos Reis, da Fully Melted, e ele contou pra gente como ele faz esse processo! Lembrando que é apenas um dos jeitos de se fazer – cada hash maker tem as suas variáveis favoritas, e não existe um certo ou errado.

Processo de extração do rash rosin, escorrendo no pote
Processo de extração do rash rosin

Passo a Passo

  • Primeiro passo: você deve ligar a prensa para que ela comece a pré-aquecer.

  • Segundo passo: carregue o hash em um saco de 13-25u, de acordo com sua preferência. Lembre-se: carregar suas bolsas de filtragem de maneira mais uniforme ajudará a diminuir suas chances de tudo estourar (ou seja: rasgar sua bolsa e contaminar seu hash). Por segurança, normalmente adicionamos um saco de 90u em cima dos 25. Isso é feito para adicionar resistência, o que também diminui suas chances de estourar!

  • Terceiro passo: prepare o papel vegetal. Existem muitas maneiras de dobrar seu papel para colocar em uma prensa. Algumas pessoas gostam mais de um fluxo triangular para retangular. Esse origami depende totalmente de você, mas você tem que estar consciente do fluxo da resina para que ela não caia do papel.

  • Quarto passo: coloque o saco de resina no papel vegetal e alinhe-o na prensa. Comece uma leve pressão no material. Para as pessoas que têm um monitor de pressão, é preciso acompanhar o ponteiro. À medida que o hash compacta e aquece, você precisará aplicar um pouco mais de pressão, lentamente e gradualmente, de 30 segundos a um minuto (dependendo de quanto hash você colocou no saco de filtragem).

  • Quinto passo: comece a aplicar mais pressão e a trabalhar de 1 tonelada para 2 toneladas. Preste atenção ao fluxo do rosin, tente mantê-lo em um ritmo/velocidade constante – conforme ele diminui, adicione mais pressão. Com a pressão acima de 3 toneladas, é possível aumentar a velocidade desse processo. Aumente a pressão até atingir cerca de 5 toneladas e deixe descansar por 15 a 30 segundos antes de liberar. Isso deve totalizar cerca de 2 a 5 minutos, dependendo de quanto você está prensando.

Lembre-se: sacos maiores demoram mais para prensar, e sacos menores têm que ser prensados mais rapidamente, pois tem menos hash para ser filtrado nas bolsas.

O Flynn ainda deixa uma dica: classifique o hash, reservando o full melt para fumar sozinho e classifique o outro de acordo com sua preferência. Você pode pressionar tudo junto ou separadamente, tudo depende de você. Normalmente as pessoas separam em dois – o fumável e o que sobra com o qual você pode fazer comestíveis, tinturas, etc.

E aí, deu pra entender melhor esse mundo maravilhoso do rosin? Nós, do Girls In Green, já fizemos um experimento prensando um haxixe marroquino e vendo o que saia disso! Por mais que não seja um hash de grande qualidade, acreditamos que valeu muito o experimento – que você pode assistir no nosso IGTV. Além disso, já visitamos um lugar incrível: a OLIO, uma empresa que produz vários tipos de extrações de forma legal lá no Colorado. Lá, o @rosin.ryan nos mostrou e explicou com funciona tudo – desde o cultivo até o produto final.

Curtiu esse textão? A gente adorou fazer ele pra vocês! Esperamos que tenhamos conseguido tirar algumas das suas dúvidas sobre esse universo tão novo dentro do haxixe. Não esqueça que você sempre pode comentar por aqui e deixar suas perguntas e sugestões.

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fulo.agroecologia@gmail.com
2 anos atrás

Muito bom texto! Grato

leilavillela2017@gmail.com
2 anos atrás

Que matéria maravilhosa,bem explicada e melhor ainda ensina a fazer nosso próprio rosin sem nenhum material químico,junto com redução de danos…..gratidão mana S2

fulo.agroecologia@gmail.com
2 anos atrás

Muito bom texto! Grato

leilavillela2017@gmail.com
2 anos atrás

Que matéria maravilhosa,bem explicada e melhor ainda ensina a fazer nosso próprio rosin sem nenhum material químico,junto com redução de danos…..gratidão mana S2

fulo.agroecologia@gmail.com
2 anos atrás

Muito bom texto! Grato

leilavillela2017@gmail.com
2 anos atrás

Que matéria maravilhosa,bem explicada e melhor ainda ensina a fazer nosso próprio rosin sem nenhum material químico,junto com redução de danos…..gratidão mana S2

Diego Ariel
Diego Ariel
2 anos atrás

Muito bom texto! Grato

Leila
Leila
2 anos atrás

Que matéria maravilhosa,bem explicada e melhor ainda ensina a fazer nosso próprio rosin sem nenhum material químico,junto com redução de danos…..gratidão mana S2

Dabrisaa
Dabrisaa
8 meses atrás

Bom dia família, Deus abençoe TDS.
Vcs acham que uma prensa de 0.5 toneladas e suficiente ? Queria entender melhor a questão da pressão, não e muito barato né. Tem uma no mercado livre, vendedor ótimo, R$ 1100.
Conto com a ajuda de vcs
Abs