Seria o CBG o novo CBD? Muita gente tem se perguntado isso, mas os dois canabinoides têm várias diferenças. Descubra aqui as principais delas e veja como andam as pesquisas sobre o cannabigerol!
Muito mais do que apenas CBD e THC: a maconha conta com centenas de compostos – dentre eles, mais de cem canabinoides já foram identificados. Com o aumento do número de estudos e pesquisas sobre a plantinha, também vemos surgirem muitos outros nomes interessantes por aí que nos fazem ir além da dicotomia já tão conhecida, e o cannabigerol (ou CBG) é um deles!
No mercado legal, podemos ver que o interesse ao redor do CBG tem se tornado cada vez mais forte. Ele já é usado em produtos como óleos, tinturas, comestíveis – e muitos o comparam com o canabidiol. Mas será que eles são tão parecidos assim um com o outro?
Aqui, vamos contar um pouco mais sobre o que já sabemos sobre o cannabigerol, seus efeitos, usos e pesquisas relacionadas a esse pequeno notável, que já está gerando um buzz por aí.
Se liga só!

O que é o cannabigerol (CBG)?
Cannabigerol (CBG) é, como já mencionamos, um dos muitos canabinoides encontrados na maconha. Um dos fatos mais interessantes sobre ele é que o CBG é considerado o precursor de outros canabinoides. Temos essa concepção porque o porque CBGA, a forma ácida de CBG, se decompõe para formar o CBG, o CBD, o THC e o CBC (canabicromeno, outro canabinoide) quando passa pela famosa descarboxilação – processo de exposição da plantinha a temperaturas mais altas.
Por sua baixa concentração na maioria das cepas (geralmente, chega a apenas 1%), o CBG é considerado um canabinoide menor. Aqui nessa imagem, você pode entender um pouquinho melhor o que acontece quimicamente com ele ao dar origem a outros canabinoides maiores:
Na maioria das cepas, o CBGA é imediatamente convertido em THCA ou CBDA. Assim, mais THC significa menos CBG e CBD (e vice-versa) pela maneira como esses compostos são sintetizados.
De acordo com o Leafly, para obter maiores concentrações de CBG, os breeders estão experimentando a manipulação genética e o cruzamento de plantas. Um exemplo é a Subcool Seeds: a empresa tem feito cruzas específicas e estudado também os tempos de maturação nos quais o composto está mais presente na plantinha.
O que os cientistas observaram até agora é que a substância é mais abundante em plantas que estão brotando – o tempo de extração ideal, de acordo com eles, é de cerca de seis semanas em um ciclo de floração de oito semanas.

CBG ou CBD: qual é melhor?
Tanto o canabidiol (CBD) quanto o CBG são canabinoides não-intoxicantes, o que significa que eles não deixam você chapado como o THC. Eles também interagem com os mesmos receptores no nosso sistema endocanabinoide, de acordo com pesquisas de 2018, e, ao que tudo indica, podem ter efeitos anti inflamatórios. Além disso, assim como o CBD, os pesquisadores acreditam que o CBG também pode ajudar a reduzir sensações de paranoia ou ansiedade às vezes relacionadas ao consumo de altos teores de THC!
Entretanto, pelo que sabemos até agora, as semelhanças meio que param por aí.
A principal diferença entre CBD e CBG é o número de estudos disponíveis. Enquanto o CBD é bastante estudado e já se mostrou eficaz para muitos problemas ou sintomas indesejados, o CBG ainda precisa ser mais investigado para que tenhamos evidências mais concretas sobre sua ação no organismo.

Fonte: Kats
Quais são os principais benefícios do CBG?
O número de pesquisas sobre o cannabigerol pode ser bem limitado ainda – mas já apontam uma série de fatos interessantes para a gente acompanhar. É importante frisar que grande parte desses estudos é feita em animais, ou seja, ainda é necessário entender se o canabinoide se comporta da mesma forma em humanos.
Alguns dos seus benefícios apontados são:
Ajudar pacientes com doença inflamatória intestinal. Em um estudo de 2013 realizado em ratos, o CBG atenuou a colite murina, reduziu a produção de óxido nítrico em macrófagos e reduziu a inflamação nas células epiteliais intestinais. Para os pesquisadores, o CBG pode ser considerado para experimentação clínica em pacientes humanos com a condição!
Diminuir a reprodução de células cancerígenas. Em 2014, uma pesquisa feita em ratos concluiu que o CBG pode reduzir o crescimento de células cancerosas em animais com câncer de cólon e outros tumores. In vivo, a substância inibiu o crescimento de tumores de xenoenxerto, bem como a carcinogênese do cólon induzida quimicamente. Ele dificultou a progressão do câncer de cólon e inibiu seletivamente o crescimento de células, e, segundo os cientistas, deve ser considerado para prevenção e cura de câncer de cólon.
Tratar a Doença de Huntington. De acordo com um estudo de 2015 em camundongos, o CBG pode ter propriedades neuroprotetoras, ajudando a tratar uma condição neurodegenerativa chamada doença de Huntington. O estudo ainda concluiu que o CBG pode ser promissor no tratamento de outras condições neurodegenerativas – como o Parkinson e o Alzheimer.
Auxiliar quem sofre com disfunções da bexiga. Alguns canabinoides parecem afetar as contrações da bexiga – e, segundo esse estudo de 2015, o CBG é o mais promissor no tratamento de disfunções do órgão.
Combater infecções bacterianas. Um estudo de 2008 mostra que o CBG pode matar bactérias, particularmente Staphylococcus aureus, que causam infecções por estafilococos resistentes a medicamentos. Essas infecções podem ser difíceis de tratar e bastante perigosas – por isso, essa descoberta é mega interessante!
Tratar glaucoma. A cannabis já se mostrou um tratamento eficaz para o glaucoma, e o CBG pode ser um dos principais responsáveis em sua ação contra a doença. Neste estudo publicado em 2008, pesquisadores apontam que o CBG atua reduzindo a pressão ocular – o que ajuda os pacientes que sofrem com a condição.
Melhorar o apetite. Um estudo de 2016 em ratos mostra que o cannabigerol pode estimular o apetite, e mais do que dobrou o consumo de alimentos dos animais durante os testes. Isso pode ser extremamente promissor para ajudar pessoas com câncer ou pacientes com AIDS.
Reduzir a dor. Segundo esse estudo de 2008, o CBG promove a inibição da captação de GABA em maior extensão do que THC ou CBD, sugerindo possível utilização como um relaxante muscular na espasticidade. Além disso, o CBG pode ter uma atividade analgésica ainda mais potente do que o THC!
Embora esses estudos sejam promissores, precisamos deixar bem claro que são fases preliminares – e que a ação ainda deve ser melhor investigada em humanos, galerinha!

Como o CBG é consumido?
Geralmente, o CBG é difícil de encontrar por aparecer nas plantas em pequenas quantidades – embora os produtos focados nele estejam crescendo no mercado legal. Ele pode ser encontrado em algumas tinturas full-spectrum, que são inclusive mais fáceis de conseguir uma receita e autorização de importação para pacientes aqui no Brasil.
Uma dica é experimentar um óleo de CBD full-spectrum que indique a presença do CBG em sua composição. Afinal, como sabemos, os canabinoides, terpenos e terpenoides da maconha agem de forma conjunta no efeito entourage e podem apresentar mais benefícios em equipe do que trabalhando isoladamente.
Lembre-se de verificar se o produto escolhido conta com o Certificado de Análise (COA) de um laboratório terceiro. Ele deve estar disponível no site ou por e-mail.

E aí, curtiu conhecer esse canabinoide? A gente recomenda ficar sempre de olho nas últimas pesquisas para entender como as descobertas sobre o cannabigerol vão evoluir ao longo do tempo. Por aqui, vamos sempre publicar as atualizações mais importantes sobre a nossa plantinha favorita e todos os seus principais componentes e benefícios. Para não perder nada, segue a gente lá no Instagram @girlsingreen710!
Até a próxima!
Para um melhor aproveitamento do assunto sugiro que jamais identifiquem a Canabis pelo nome de maconha, em nossa cultura a maconha é totalmente perniciosa.