Em aulas dinâmicas e cheias de informação, a educadora canábica Luna Vargas fala sobre o mercado de trabalho e as opções para quem deseja se inserir na indústria da cannabis! Vem saber mais sobre essa temática com a gente.
Trabalhar com maconha deixou de ser um sonho distante e já é uma realidade para brasileiros e brasileiras que têm paixão pela plantinha. Quem fala muito sobre isso é a educadora canábica Luna Vargas, que criou a Inflore Treinamentos – um curso de formação de consultores canábicos, no qual ela ensina mais sobre a ciência da maconha e sobre as especificidades desse mercado tão novo para pessoas que desejam fazer parte da indústria. Baseando-se na sua prática no mercado canadense, ela desenvolveu um método de ensino voltado à cannabis que vai da planta ao mercado. É um alicerce avançado para quem tem vontade de trabalhar em qualquer área da indústria.
Para ela, o momento perfeito para mergulhar de cabeça nessa área é agora. Estamos em um momento pré-legalização, onde já é possível fazer muita coisa – principalmente em trabalhos onde não tocamos na planta ou lidamos diretamente com ela. O momento é de descobertas e de identificação de necessidades, o que é um prato cheio de oportunidades para quem está atento e na busca por qualificação e aprendizado.
Não custa lembrar que essa indústria tem crescido de forma exponencial nos últimos anos. Segundo informes da Green Hub, só a América Latina deve gerar US $824 milhões no mercado da cannabis até 2024. E o que não faltam são formas de “surfar nessa onda”, como a própria Luna diz.
Vem com a gente descobrir um pouco mais sobre os segmentos mais promissores no Brasil nos próximos anos, bem como profissões que você pode explorar e qualificações para se inserir dentro do Green Market com sucesso!
Para começar, entender as opções é fundamental
Falando de uma perspectiva global, hoje, o mercado da cannabis é gigantesco e tem uma base muito sólida, construída através da ciência e de resultados. Os movimentos políticos pela regulamentação da planta dão cada vez mais força a essa indústria – que, para Luna, é como uma onda. Estamos pegando sua formação, remando, passando a arrebentação e esperando pelo seu ápice. “Temos que estar preparados para dropar. Depois que acontece a legalização, todo mundo vai querer pegar a onda”, conta a professora.
Uma das partes mais importantes é parar para analisar essa nova oportunidade e entender como ela se apresenta de maneiras muito diferentes dos mercados de trabalho convencionais. Um exemplo disso é a divisão entre trampos que tocam ou não tocam a planta – afinal, dentre eles, as burocracias mudam bastante.
Para quem não toca a planta é muito mais fácil, principalmente em espaços onde ainda não há uma regulamentação. No proibicionismo, você é impedido por lei de lidar com a maconha de forma direta, com pouquíssimas exceções (normalmente para associações, pessoas físicas com Habeas Corpus preventivo para auto cultivo ou para a indústria farmacêutica). Por isso, pelo menos por enquanto, a melhor opção é focar em profissões paralelas, que não necessariamente envolvem a plantinha.
Se você não toca a planta, você pode:
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Ter empresa, conta no banco, CNPJ e funcionar como qualquer outra companhia.
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Ser médico, advogado, consultor, representante e outras profissões adaptadas para o meio canábico.
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Investir no desenvolvimento de empresas de mídia; lidar com a parte de tecnologia, e lifestyle, que inclui roupas e parafernálias de uso; ou apostar na área da educação canábica.
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Abrir growshops, vender materiais para plantar e até prensas para fazer rosin – nada disso toca a planta e, portanto, é permitido aos empreendedores.
Esperar ou mandar ver?
Segundo a educadora, é mais inteligente entrar em um negócio que não toca a planta enquanto não é permitido e começar a se desenvolver na área do que esperar que tudo seja 100% legalizado e acabar em um cenário saturado. Uma ideia, por exemplo, é a própria área de cosméticos – produzindo insumos com hemp e derivados. Assim, quando a regulamentação chegar, o empreendedor ou empreendedora já estará com uma marca consolidada, com clientes e branding, e uma estrutura bem formada para aproveitar os refrescos.
“Muita gente me fala que vai esperar legalizar para entrar no mercado, e é um pensamento que não é construtivo”, reflete Vargas. Isso nos deixa em uma posição muito passiva e nos faz esquecer que quem está trabalhando com a cannabis neste cenário pré-legalização está colaborando, mesmo que de forma pequena, para a regulamentação. “A gente tá fazendo a cena canábica do país, então isso é super importante politicamente”.
Se o objetivo é ter uma participação mais ativa dentro da transformação, a área da educação pode ser a chave. Luna conta que foi justamente esse o motivo pelo qual ela escolheu construir uma carreira nesse cenário: é educando que conseguimos, de uma maneira mais efetiva, transmitir ideias e mudar a perspectiva das pessoas em relação à planta.
Outros dados interessantes é que o Brasil tem:
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Mais de 35 Associações de Pacientes Medicinais e Terapêuticos (fora as extra-oficiais).
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Dezenas de produtores fornecendo óleo para essas associações, e milhares de pacientes comprando.
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Mais de 400 produtos cuja importação é aprovada, quase todos dos EUA.
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Cerca de 200 empresas distribuindo produtos canábicos.
Todas essas empresas e iniciativas precisam de representantes no país, bem como profissionais das mais diversas áreas para participar da comunicação, do marketing, das vendas e da construção da marca em um novo território. E você pode ser um deles!
Observação e adaptação para entrar no rolê
Repita com a gente:
A pré-legalização é uma oportunidade.
Você só tem uma oportunidade de fazer as coisas antes, que é na pré-legalização. Por isso, é necessário usar esse momento histórico para fazer um bom trabalho de análise de cenários e adaptação. De acordo com Luna, a maneira mais simples de se inserir nesse mercado é pegar o que você faz de bom e transformar isso em algo voltado para a cannabis.
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Se você é jornalista, já pensou em se especializar em comunicação canábica?
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Se você é da área do marketing, que tal estudar estratégias e branding voltados à cannabis?
Provavelmente, a profissão que você pode ter na indústria não vai estar nos classificados ou mesmo no Linkedin. Você pode ter que criar essa profissão – e, apesar de ser um grande desafio para muitos, não há problema nenhum nisso!
A educadora relata que esse foi exatamente o seu caso. Ela, que é pesquisadora e antropóloga, não se voltou à pesquisa acadêmica em relação à cannabis. Pelo contrário: chegando no cenário canadense, ela percebeu suas fraquezas e criou uma profissão que ainda não existia – que foi a de educadora canábica especificamente para o contexto de dispensários. Além de fazer a formação de outros profissionais e budtenders, ela ainda passou a fazer a investigação de qualidade e segurança de todos os produtos, tornando-se uma curadora do local.
“Quando você vê uma brecha, vê algo faltando, algo de errado? Talvez aí esteja sua profissão canábica”.
Quatro novidades da área
Além da adaptação de profissionais que já existem fora do mercado, também já começaram a surgir várias profissões específicas para esse nicho. Luna foca em quatro delas – que, para a educadora, são as mais promissoras nesse momento e podem se desenvolver com tudo aqui no Brasil!
São elas:
Consultor(a) canábico(a). Vargas foi pioneira ao trazer o conceito de consultoria canábica para o Brasil, e explica que é um nome genérico, pois pode englobar várias atividades diferentes. É possível, dentro dessa área, se tornar budtender, educador, gerência, ou realmente prestar consultoria – então é uma ideia bastante abrangente. A Inflore, por exemplo, é um curso mais amplo do que só uma formação para budtenders, e a formação proposta é justamente a consultoria canábica. Inclusive, uma das dicas mais preciosas da professora é: se você estiver em qualquer país que tenha cannabis legalizada, vá trabalhar como budtender. “É a forma que eu entrei na indústria e é um aprendizado gigantesco. Para mim, é a melhor porta de entrada dessa indústria, com certeza”.
Educador(a) canábico(a). Em um cenário pós-pandêmico, onde várias das atividades de ensino foram movidas para o ambiente digital, se tornar um educador ou uma educadora canábica pode ser uma tarefa até mais simples! Oferecer conteúdo de qualidade, como postagens educativas, vídeos, treinamentos e cursos são formas maravilhosas de começar essa mudança e ainda conseguir uma nova profissão dentro do mercado da maconha. Mas não basta apenas se autoproclamar e mudar o perfil no Instagram – para Luna, o fundamental é a troca de conhecimentos. Todo professor tem que ter seus alunos e, o mais importante, algo para ensinar.
Guia canábico(a). Vargas define essa profissão como alguém que tenha como especialidade ajudar a guiar as pessoas em suas jornadas canábicas. O proibicionismo e a falta de engajamento da comunidade médica em geral geram uma lacuna que pode ser preenchida por pessoas que têm muita experiência, que entendem a planta, que sabem usar, e que estejam dispostas a serem esses guias. Ele é quem vai ajudar a achar uma dose ideal, a encontrar produtos para cada caso e a direcionar seus usos em várias linhas. Os guias podem ter especialidade em nichos diferentes, como:
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Especialista em saúde geral;
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Especialista em geriatria;
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Especialista em recuperação de acidentes e cirurgias;
Geralmente, isso pode exigir algumas formações a mais!
Representante. Essa é outra ideia lançada e trabalhada pela professora por aqui pelo Brasil. Afinal, como já falamos, atualmente já são mais de 200 empresas autorizadas a importar seus produtos. Ou seja: é um mercado grande, promissor e que paga em dólar, grande parte das vezes. A atuação de representantes também é de educação sobre as marcas, os produtos oferecidos e seus potenciais, e ainda é muito burocrática, mas tem gente fazendo um ótimo trabalho!
“Tudo o que une essas profissões é a educação. Independente do que você faz, você tem que educar. Essa é uma missão que todos da indústria devem ter porque, depois de tantos anos de proibicionismo, a gente vai demorar muito tempo para poder desmistificar e elevar a planta no lugar onde ela deve estar, e é por isso que todas as profissões devem ter a educação vinculada”, opina a professora. A gente não podia concordar mais com ela!
Conheça a INFLORE. A INFLORE surgiu da necessidade de promover a ciência da cannabis no mercado. Fundada em 2020 por Luna Vargas, a empresa oferece treinamento e formação em consultor canábico – que tem como missão diminuir o estigma da cannabis através da educação e elevar o conhecimento sobre a planta dentro da indústria . A formação de agentes educadores é a melhor forma de promover em escala global mudanças locais. Esse é o resultado que os mais de 150 alunos têm mostrado com suas atuações, que vão desde a parte de cultivo, produção e extração até venda, educação e acessórios, e muito mais.
Presente em mais de oito países, a INFLORE se baseia em ciência e mercado para promover conhecimento em qualquer país do mundo.
Detalhes sobre o curso
🌱10 módulos;
🌱6 aulas ao vivo + extras;
🌱2 meses de treinamento;
🌱100% online, em português;
🌱+30h carga horária;
🌱Certificado de conclusão de curso como Consultor Cannabico;
🌱A aula inaugural é dia 18/01, às 19h do Brasil.
💥 Bônus:
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Acesso à comunidade da Inflore;
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CV e posicionamento no mercado;
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Imigração canadense;
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Desafios;
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Acesso exclusivo aos futuros eventos, encontros e produtos.
As inscrições para a Turma 5 da Inflore vão até dia 18/01 ao meio-dia.
Mais informações no site e no perfil da Luna no Instagram: @lunavargas.
Esperamos que você tenha gostado! Se informe, participe e esteja nas primeiras posições do mercado antes mesmo da legalização. É disso que a gente gosta: ver a galera se agilizar para fazer acontecer nesse mercado que tem tudo para ser gigantesco aqui no Brasil. Não esquece de seguir a gente lá no Instagram @girlsingreen710 para estar sempre por dentro das novidades, sugestões e informações sobre essa temática que a gente ama de paixão: a cannabis e suas mais diversas facetas.
Até a próxima!
Simplismente tudo, quem bem souber já vai catando todas as dicas dessas mulheres maravilhosas e começar a fazer a diferença agora, mais pra frente vai ser bem mais fácil. MARAVILHOSAS, GRATIDÃO ENORME <3