Na semana passada, começamos a falar mais sobre um tema que interessa muito as nossas seguidoras e seguidores: os diferentes tipos de haxixe e como eles são feitos. Por serem concentrados canábicos ricos em tricomas e terpenos, eles são uma da forma favorita de consumo de bastante gente! Hoje, vamos falar mais sobre um dos queridinhos da galera: o bubble hash (ou também conhecido como haxixe ice, ice-o-lator, melt, water hash) e sobre as diferentes formas de produzi-lo.
O haxixe ice é o nosso tipo de hash favorito. Acreditamos que além de ser uma das extrações mais seguras, é uma expressão verdadeira da qualidade da planta. Afinal, só sai um hash bom se as flores, a matéria lavada for boa! Por isso, todo amor àqueles que cultivam as plantas: esses são os verdadeiros talentos do mundo canábico. Viva as growers e os growers!
Com o avanço da tecnologia e o estabelecimento de mercados regulamentados em alguns países como EUA e Canadá, as estratégias para fazer essa forma de hash foram se desenvolvendo. Aqui, nós buscaremos abordar formas mais simples e caseiras de se fazer haxixe ice em casa, mas também contar um pouco sobre as novidades que estão acontecendo mundo afora.
Quer saber mais sobre esse universo fascinante? A gente conta!
O que é haxixe ice?
O ice ou bubble hash é o resultado da separação de tricomas das flores ou trim apenas utilizando gelo, água e bolsas de filtragem. Essa forma é conhecida como uma das mais eficazes para se preservar os terpenos e conseguir extrair um haxixe com um sabor sensacional. Vale lembrar que os tricomas e os canabinoides não são solúveis em água. Dessa forma, não são danificados através da agitação.
A ideia de utilizarmos bolsas de filtragem com diferentes micragens é conseguir separar diferentes tamanhos de cabeça de tricoma, e também separar essa resina do restante da matéria vegetal. Já a água gelada e o gelo fazem com que a cabeça desses tricomas adquiram uma consistência mais dura e menos grudenta. Assim, elas desgrudam com mais facilidade da planta e ficam soltinhas na água da lavagem.
Existem diferentes formas de realizar esse procedimento, seja com máquinas (como máquinas de lavar roupa de camping) ou mesmo a mão com uma colher ou uma pá (aqui na Califórnia, muitos usam um remo de Kayak) e um balde. Se você não tem uma máquina específica e que pode ser utilizada especialmente para isso, a melhor opção é o famoso “fazer no braço”.
Está um pouco confuso tantas variações em tal processo? Não tem problema. É importante dizer que fazer hash é uma arte. Cada artista (no caso, hashmaker) terá a sua receita de bolo para fazer o hash de sua forma favorita. Existem alguns erros comuns, como não garantir as baixas temperaturas durante procedimento, mas o tempo de ciclo, tipo de cepas, bolsas que usam, jeitos de agitar e secar podem variar muito, Essa é a magia!
Bolsas de filtragem e seu conceito

Como mencionamos, as diferentes micragens nas telas que filtram/peneiram o haxixe ice são o que faz ser possível separar os diferentes tamanhos de cabeças de tricoma. Elas também separam a matéria “mais crema” (menos contaminada com matéria vegetal) da “menos crema” (mais contaminada). Mas é importante lembrar que a qualidade é relativa, e depende da sua planta e do seu objetivo.
Normalmente separada por cores, as micragens mais altas ficam em cima e as mais baixas em baixo. A 220u é a que separa toda a matéria vegetal do restante, por isso muitas vezes é utilizada separada, como uma bolsa na máquina ou a bag que vc usa para agitar o material em um balde.
Aqui, temos algumas informações úteis sobre essas bolsas encontradas no site da ICExtract Bags:
- 40 mícrons: tricomas de baixa qualidade, pequenos e imaturos;
- 70 mícrons: tricomas de qualidade mediana, também pequenos e imaturos;
- 90 mícrons: tricomas de alta qualidade, maduros;
- 104 mícrons: normalmente a bolsa com maior qualidade, com tricomas maduros, o verdadeiro creme do milho;
- 120 mícrons: tanta qualidade quanto a 90;
- 150 mpicrons: tricomas de qualidade variável, maiores;
- 190 mícrons: bolsa que separa da matéria vegetal, e não deve ser coletada para hash;
- 220 mícrons: outra bolsa que separa da matéria vegetal, e não deve ser coletada para hash.
O importante é ter um pelo menos uma bolsa para cada camada. Até porque o tamanho das cabeças de tricoma de qualidade superior, como falamos acima, pode variar.
É interessante combinar 40/45u + 70u + 150u + 220u para bater. Mas o ideal é ter o kit completo.
Matéria prima seca ou fresca?
O primeiro passo a ser decidido é como seu material será preparado para ser lavado. As opções são:
-
Flores ou trim secos: usando a matéria vegetal seca, é possível aproveitar o que sobrou da trima da sua colheita. E sim: se você estiver com uma quantidade legal, pode colocar umas flores também, principalmente as famosas pipoquinhas (pequenos buds). É esse o material escolhido na maioria das vezes para fazer o haxixe da sua forma mais tradicional. No Brasil, essa é uma ótima opção devido às altas temperaturas: é mais fácil de lavar e coletar nas bolsas sem grudar e perder tricomas pelo caminho;
-
Fresh Frozen: essa é uma forma de trabalhar com a planta ainda viva e os tricomas frescos. A planta é colhida, o excesso de folhas é tirado e logo após esse processo ela é congelada. Para lavar (fazer o processo do haxixe ice), é só tirar ela do congelador na hora de realizar esse procedimento. Lidar com esse material é mais desafiador em países quentes como o Brasil. Isso porque as cabeças são oleosas e grudam mais nas bolsas. Aqui na Califórnia, usamos quartos frios que chegam a 5°C para garantir a qualidade do produto final. E uma dica: para quem for usar essa opção, em países mais quentes, não esqueçam de manter a matéria no congelador até estar tudo pronto para começar o processo de fazer o haxixe. Também garanta o ambiente mais frio possível! Tudo isso vai facilitar muito na hora de recolher o produto da tela.
Extração de haxixe ice tradicional

Para lavar um haxixe mais tradicional, você vai precisar de:
- matéria vegetal (buds ou trim);
- bolsas de filtragem (estilo bubble bags, que no Brasil podem ser encontradas neste link);
- 1 ou 2 baldes (de preferência 2);
- máquina de lavar (opcional);
- água gelada e limpa;
- mangueira (se conectada com a água gelada) ou um pulverizador manual de pressão (é super útil para colocar água com bastante gelo dentro!);
- superfície para coleta (prato, bowl ou bandeja);
- papel vegetal.
Passo a passo
O primeiro passo é colocar uma das bags em um balde. Nós usamos a 220 separada, seja dentro da máquina ou no balde que utilizamos para bater o haxixe. Ela facilita muito a limpeza! Depois, é necessário adicionar gelo e as suas flores inteiras ou trim de forma intercalada. Deve haver gelo suficiente para submergir a sua maconha.
Aguarde pelo menos 20 minutos para começar a agitar. Nesse tempo, garanta que as temperaturas estejam baixas. Esse é o momento que as cabeças de tricoma irão endurecer para se soltar facilmente através da agitação.
Em relação à agitação, tanto com a máquina quanto com o balde, preste atenção no som. Ele precisa ser quase com uma música da água com o gelo, e não um barulho do gelo quebrando. Se você ouvir esse barulho muito intenso, pause e adicione um pouco de água gelada. Você pode estar triturando a sua matéria vegetal e deixando os contaminantes em pequenas partículas.
Depois da agitação, é necessário despejar essa água cheia de tricomas nas bolsas de filtragem e esperar drenar completamente. Se estiver demorando, você pode dar uma balançada.
Colete o hash dessas bolsas individualmente. Lave bem cada bolsa para não eixar tricomas pelo caminho, e tire o excesso de água ao recolher. Isso ajuda a secar mais rápido. Após coletar o hash das bolsas, coloque-o em cima do papel vegetal e anote o que é o que.
Repita esses ciclos até você sentir que o hash já está saindo verde. Nós recomendamos quatro lavadas: o primeiro ciclo de 5 minutos, segundo ciclo de 6-8 minutos, o terceiro ciclo de 10 minutos e o quarto ciclo de 15 minutos. Isso ajudará a garantir que você perca a menor quantidade possível de tricomas pelo caminho!
Extração de haxixe ice mais profissional
A extração mais “profissa” passa pela mesma ideia do processo, mas conta com um maior uso de tecnologia e estrutura. Primeiramente, o ambiente em que o procedimento é realizado normalmente são câmaras frias muito bem equipadas. Elas ajudam a garantir o frescor da extração e a não deixar que os terpenos evaporem no meio do processo. Afinal, terpenos são super voláteis e por isso temos que ter tanto cuidado ao lidar com eles!
Além de um ambiente mais frio, na maioria das vezes esse tipo de extração é feito com a planta fresca, isso é, o fresh frozen que explicamos acima. Isso é feito para que tenham um produto final bem clarinho e possível de ser vaporizado sem que muita matéria vegetal sobre nos vidros ou vaporizadores.
Na realidade, o que mais diferencia esse processo profissional do mais caseiro além das temperaturas e do ambiente é a forma de secagem. Ao invés de secar ao ar livre, o hash é secado num liofilizador ou freeze-dryer. Esse equipamento mudou o jogo do mercado legal voltado para o hash nos Estados Unidos e no Canadá, possibilitando uma produção em larga escala com mais segurança e qualidade.
Logo mais a gente fala direitinho sobre ele!
Como secar o seu haxixe ice?

Para secar ao ar livre, ou fazer um air dry, você irá precisar de:
- seu hash;
- ralador ou peneira;
- papel vegetal;
- cartolina, papelão ou uma superfície limpa;
- freezer.
Na forma caseira, existe jeito simples para secar o haxixe ice com mais rapidez em casa. Logo após o hash ser coletado das bags, ele deve ser levado ao freezer. Aguarde algumas horas para garantir que ele estará congelado, tire o hash do freezer e rale ele em cima do papel vegetal. O ideal é que esse haxixe tenha a maior superfície de contato possível com o ar, para garantir que a secagem seja mais rápida.
Essa é a parte mais fácil desse procedimento, o restante é controlar a umidade e a temperatura do ambiente. O ideal é ter pelo menos um desumidificador para abaixar a umidade do ar e um ar condicionado para dar continuidade a esse processo frio que é extrair um haxixe de qualidade.
Aguarde alguns dias e vá sempre verificando a consistência do seu hash até que você perceba que ele está seco. É essencial que ele esteja seco antes de guardar ele em um pote para dar início ao processo de cura. Após o hash estar seco, você pode usar prensar o seu hash, para ficar com uma consistência mais de chocolate. Um passo a passo pode ser encontrado na Hashweek que fizemos no nosso site.
Secagem com um liofilizador ou freeze dryer
O freeze-dryer é uma máquina que foi trazida da indústria de alimentos para o universo canábico. Tal máquina é comumente usada para congelar alimentos a seco para serem armazenados a longo prazo. A comunidade de hash viu isso como uma ferramenta para secar a resina de uma maneira mais fácil, e isso foi algo que virou o jogo dentro da mercado legal para produção e maiores quantidades! Imagina precisar de espaço para secar com o ar todo o hash de uma marca legal no mercado californiano? Não iria dar certo.
Esta máquina seca o hash por sublimação. Isso significa que, quando o hash úmido é colocado no freeze dryer, a máquina aspira o hash, além de controlar o aumento e a queda da temperatura. Isso permite que a sublimação ocorra e ajuda a transformar a água de um sólido em um gás para que possa ser removida do hash. Esse método de secagem também higieniza o hash, por isso também é bom para o armazenamento de alimentos a longo prazo. E, como evita qualquer tipo de fungo, também é uma medida de segurança.
Como o ICE é consumido e quais são seus efeitos?

O bubble hash pode ser usado de várias formas: no vaporizador, no bong, em pipes e no próprio baseado. Ele pode ser misturado com a cannabis (lembre-se de dosar com cuidado, devido a quantidade de THC) ou com tabaco. O hash também pode ser misturado a manteigas para fazer comestíveis canábicos, que são ótimos para quem não curte a combustão!
Seus efeitos são os mesmos da cannabis, mas bem mais intensos por causa da sua pureza. Alguns deles podem ter mais de 50% de THC. Como sabemos, essa substância, quando usada sozinha, pode ser um gatilho para crises de ansiedade.
Cuidados e dicas!
-
Seja qual for o método escolhido, as baixas temperaturas são essenciais para manter a qualidade do hash e perder menos tricomas pelo caminho.
-
Atenção na ordem de filtragem nas bolsas! Pode ser desastroso trocar a ordem de uma 150u por uma 45u.
-
Fazer em casa não é caro, mas você precisa investir em materiais de qualidade para obter o melhor resultado.
-
Use tudo que tenha tricomas, descarte as folhas grandes e que são cheias de água. Elas podem ser potenciais contaminantes do seu hash. Faça com buds e flores, e não esqueça das folhas que ficam logo abaixo das florzinhas: elas também são cheias de tricomas!
-
A gente já falou, mas vale repetir: na hora de usar, dose com sabedoria. Ninguém quer “bad trip” com uma extração tão maravilhosa, né?
Gostou de conhecer tudo isso?
Fique de olho aqui no blog e no nosso Instagram pra saber ainda mais sobre esse universo que a gente adora!
FONTES
https://hightimes.com/guides/make-hash/
https://gopurepressure.com/blogs/rosinpress-tips-tricks/4-pro-tips-for-making-phenomenal-bubble-hash
https://www.edrosenthal.com/the-guru-of-ganja-blog/water-hash-101-plus-6-methods-for-diy-water-hash
Editado em: 07 de setembro de 2023.
Aula da Alice! Belo post! Parabéns pelo trabalho incrível, S2
ela é mara mesmo <3
Eu sou fan, hash lovers em busca de um mundo mais puro.
Irado!!! <3
Muito bom o tutorial!
Só fiquei com uma dúvida: no caso de utilizar flores e trims secos e curados, é preciso fazer a cura do hash no final?
Que matéria maravilhosa, super bem explicada e bem escrita. Super obrigado 🙂
O resultado final No processo roots pode ser congelado no freezer comum antes de ralar ou só pode no freezer dryer ?
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Só fiquei com uma dúvida: no caso de utilizar flores e trims secos e curados, é preciso fazer a cura do hash no final?
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muito daora