Fumar maconha pela primeira vez é uma decisão que deve ser tomada com toda sabedoria, sem esquecer das estratégias de Redução de Danos! Aqui, vamos contar tudo o que você tem que saber sobre isso.
Primeiramente gostaríamos de dizer que esse texto não foi feito para incentivar nenhuma pessoa a fazer o uso de maconha, e sim para os indivíduos que já tomaram a decisão de fumar maconha pela primeira vez e desejam fazê-lo da forma mais segura. Além de precisar dos apetrechos certos, é necessário estar ciente dos possíveis riscos de utilizar a substância, entender como dosá-la e saber quais as estratégias de Redução de Danos que você não pode esquecer.
Acima de tudo, é fundamental lembrar que vivemos em um país proibicionista, com políticas bastante extremas em relação às drogas. Por isso, temos que ter cuidado em dobro: com os efeitos da própria substância em nosso organismo, e com a nossa segurança e integridade física em relação a possíveis abordagens truculentas.
Quem nos segue no Instagram ou acompanha nosso trabalho aqui no blog sabe que somos antiproibicionistas e que defendemos sempre o direito do usuário à autonomia. Mas também acreditamos no dever de informar! Nosso maior objetivo por aqui é trazer dados e informações concretas e fidedignas para que cada um possa fazer o que desejar, mas sempre lembrando que o uso de qualquer substância deve ser feito com responsabilidade.
Primeiro: entenda os efeitos da planta
Muito se fala sobre os efeitos da cannabis, que podem ser diferentes de acordo com o perfil canabinoide de cada planta. Como já explicamos por aqui, de forma simplificada, o THC é o responsável pela “brisa” que utilizar cannabis dá – ele é o composto psicoativo da planta e tem inúmeros benefícios terapêuticos e também em pequenas concentrações, potencializa o efeito do CBD. Já o CBD, diferentemente do THC, é o ativo não-psicoativo responsável por diversos dos benefícios terapêuticos da planta. Ainda temos nela milhares de outros compostos, como os maravilhosos terpenos, que também influenciam na sua experiência canábica.
Mas também precisamos entender que cada organismo reage de uma maneira – ainda mais quando estamos falando de fumar maconha pela primeira vez.
Lembra que sua mamãe falava que “você não é todo mundo”? Como sempre, ela estava certa! Existem vários fatores que podem fazer a cannabis bater mais ou menos em você, como já contamos nesse post aqui. Para recapitular de forma rápida, são eles:
- sua genética;
- se você é do sexo feminino, pode sentir mais a brisa;
- a bioquímica do seu corpo e seus endocanabinoides;
- sua tolerância à erva;
- e sua saúde física e mental de maneira geral.
Esses fatores todos são bem importantes de se analisar quando você vai usar a cannabis pela primeira vez. Até porque você precisa estar atento aos fatores de risco: pessoas propensas a crises de ansiedade, psicose ou esquizofrenia podem não ter boas experiências com a planta, e ainda não existem muitos estudos conclusivos sobre o uso na gravidez, na qual respeitamos a autonomia e decisão da própria mãe.
Inclusive…
ALERTA IMPORTANTE!
Quando falamos aqui no blog sobre o uso de cannabis, estamos nos referindo ao uso ADULTO da substância (inclusive, preferimos fazer o uso desta palavra quando nos referimos ao consumo “recreativo”). Isso porque existem evidências de que, em cérebros jovens, ao contrário dos maduros, ela pode causar problemas no desenvolvimento de algumas áreas importantes.
Um estudo que mostra isso é o do neurocientista Kuei Tseng, que investiga como os ratos respondem ao THC. Ele descobriu que a exposição ao ativo ou moléculas semelhantes durante uma janela específica da adolescência atrasa a maturação do córtex pré-frontal (PFC), uma região envolvida em comportamentos complexos e tomada de decisão. A interrupção altera a forma como a área processa as informações quando os animais são adultos.
Já em humanos, existem algumas razões para pensar que os adolescentes podem ser excepcionalmente suscetíveis a danos duradouros pelo uso da cannabis, de acordo com a Associação Americana de Psicologia. Pelo menos até o início ou meados dos 20 anos, o cérebro ainda está em construção. Neste período de neurodesenvolvimento, acredita-se que o cérebro seja particularmente sensível aos danos da exposição a drogas. E o córtex frontal – a região crítica para o planejamento, julgamento, tomada de decisões e personalidade – é uma das últimas áreas a se desenvolver totalmente.
Também imaturo na adolescência é o sistema endocanabinóide, importante para a cognição, neurodesenvolvimento, resposta ao estresse e controle emocional, e ajuda a modular outros sistemas neurotransmissores importantes. Ainda existe muito a ser descoberto sobre a relação entre a cannabis e nosso cérebro, especialmente em anos de formação, mas é por isso que pedimos cuidado. Estamos sempre à favor da nossa plantinha, mas também precisamos respeitar o tempo do nosso corpo para fumar maconha pela primeira vez!
Saiba que nem todo mundo chapa de primeira
Sabe aquela história de que o primo do irmão do fulano fumou maconha e não sentiu nada? De acordo com pesquisas, isso é mais do que normal! O cientista e pesquisador da cannabis Dr. Ethan Russo explica que existe um processo conhecido como “tolerância reversa”, no qual precisamos de pequenas doses de THC para “ativar” nosso sistema endocanabinoide. Tudo isso envolve o receptor CB1, que nosso próprio corpo produz e é o responsável por nos fazer sentir a brisa. Ele pode entrar em desequilíbrio por vários fatores, desde dieta até uso de medicamentos. Segundo Russo, basta usar a erva algumas vezes para solucionar esse problema!
E, se você decidiu fumar maconha pela primeira vez…
…tem que se ligar em algumas coisas bem importantes. Aqui, vamos destacar:
Diferentes formas, diferentes apetrechos, efeitos e durações
Na hora de conseguir sua plantinha, procure levar em consideração a regrinha de “mais qualidade, menos quantidade”. Saber a procedência da sua cannabis é uma forma de reduzir os danos, pois fica mais fácil saber o que você está consumindo – se é mais THC, mais CBD, quais são os terpenos, etc. A gente sabe que, por conta do proibicionismo, isso é uma realidade bem difícil aqui no Brasil. Mas, se não é impossível para você, é a melhor ideia.
Depois, com sua plantinha em mãos, você deve se perguntar:
“Como eu quero usar isso daqui?”
A forma como você deseja consumir a sua cannabis muda tudo, desde o que você vai precisar ter em casa para isso até a forma como a onda pode bater e durar. Isso porque a duração da sua brisa depende do seguinte cálculo:
Tempo de onda = [(quantidade x concentração) / (velocidade do metabolismo x resistência)] / meio de ingestão.
Quanto maior a quantidade e melhor a qualidade da sua erva, maior o tempo de duração de seus efeitos. Se você tem um metabolismo rápido e resistência, os efeitos da maconha serão mais rápidos e durarão menos – já que, com um metabolismo rápido, o sangue elimina as partículas de THC em pouco tempo.
Mas vamos aos detalhes práticos!
Para fumar, vaporizar ou bongar
Fumar um beck bem bolado rende uma onda média de 1 a 2 horas. Mas existe uma diferença na absorção, dependendo se você vai fumar um tradicional, vaporizar ou bongar sua erva: o baseado pode queimar parte substancial do que poderia ser consumido, já que os canabinoides e terpenos possuem volatilidade diferente. Já os vaporizadores, em temperaturas mais baixas, extraem as partes mais importantes da erva e ajudam no aproveitamento sem prejudicar seu pulmão. Por fim, os bongs aproveitam mais o THC. A gente dá mais detalhes sobre essas diferenças por aqui!
Os apetrechos para fumar/vaporizar podem ser vários:
- Para o beck tradicional, use uma seda de qualidade, piteira longa de papel, murano ou vidro, e filtro, de preferência biodegradável.
- Pipes e chillums também podem ser usados;
- Bongs (de vidro! Não improvise com plástico);
- Vaporizador de mesa, canetinha de qualidade ou vaporizador portátil.
Para ingerir
Para ingerir a cannabis, você pode usar comestíveis prontos ou fazer a sua própria receita. A gente indica a segunda opção: assim, você sabe exatamente a quantidade de cannabis que está consumindo e pode ir aos poucos sem tanta preocupação com o quão chapado você vai ficar.
No caso da ingestão, os canabinoides são absorvidos pelo seu sistema digestivo. Em liberação mais lenta, isso promete uma onda mais duradoura e até mais forte – pois não há perda de substâncias como há no caso da fumaça, por exemplo. Além disso, os comestíveis também são uma forma de reduzir danos, pois não há combustão e, caso sua cannabis não seja de procedência tão boa assim, nosso corpo tem vários meios de filtrar essas impurezas.
Aqui, temos uma tabelinha bem explicativa sobre a diferença dos métodos de chapar:
Ou seja: embora demore mais para bater, os comestíveis podem render uma brisa de até 12 (!) horas dependendo da quantidade que você comer. Por isso, vá com calma!
Para fazer comestíveis, você precisa:
- Descarboxilar sua cannabis, como já ensinamos;
- Escolher uma receitinha canábica, como nosso famoso brownie ou o tradicional brisadeiro;
- Lembrar de fazer uma larica sem cannabis para matar a fome depois!
Redução de Danos na cabeça
- A primeira estratégia para reduzir os danos é garantir a procedência da sua maconha. Se a sua plantinha não for de qualidade, fazer um uso seguro dela fica muito mais desafiador. Autocultivo é uma ótima opção – mas sabemos que não são todos que podem ter esse privilégio!
- Caso você use maconha prensada, uma realidade bem comum do Brasil, a melhor forma de garantir que ele fique mais seguro para o consumo é lavar a plantinha e retirar qualquer tipo de impureza. E nada de fumar prensado mofo!
- Use FILTROS, de preferência biodegradáveis (redução de danos ambientais na mãe natureza também é importante). Além disso, é preciso desmistificar o fato de que o filtro diminui a quantidade de THC absorvido. O que ele faz é mudar um pouco a consistência da fumaça, o que de nenhuma forma implica em efeitos menos intensos!
- Use sedas de qualidade, se não o papelzinho pode fazer mal sim.
- Use piteira longa para ajudar no resfriamento da fumaça.
- Vaporização ao invés da carburação também é uma forma de reduzir danos. Os bongs também podem ser uma ótima alternativa!
- Não fume beck de pontas.
- Evite fumar na rua, e dê preferência ao uso em um contexto seguro, como em casa, com amigos e pessoas que você ama. O ambiente onde você faz esse uso também é muito importante para uma boa viagem!
- Se for fumar na rua ou andar com a maconha depois de comprar, sempre saiba os seus direitos na ponta da língua.
Sabendo tudo isso, a gente acredita que não tem como essa brisa dar errado! Vai lá e aproveita sua onda. Depois, conta tudo pra gente – estaremos esperando para saber como foi.
Editado em: 04 de maio de 2023.
Toppp
Muito bom pra quem é iniciante e pra quem fuma e ainda n se aprofundou no assunto
tipo, eu tenho muito medo de experimentar e passar mal, tipo, seria so um back, será que da ruim?
Mano! To chapado nesse momento! Não fique pensando no que pode ou não acontecer, apenas relaxe e curta sua viagem! Kk
Eu também meu irmaoakkkks…. Abraça aqui
Não da ruim não… na minha primeira vez eu só me senti mais calma mas é diferente de pessoa pra pessoa
Eu fiquei estranho, (talvez fosse o psicológico) mas sentia calafrios, a cabeça apertando, isso na primeira vez. Na segunda também não deu onda, não fiquei eufórico, mas eu pensava muito, e ficava vendo as coisas de uma forma estranha, a minha percepção de tempo tmb ficou diferente Exp: fiquei um tempo virado para a parede pensando coisas aleatórias, na minha cabeça avia se passado umas 5 horas, mas quando fui olhar o relógio tinha passado somente 4 min, agr o fato que achei interessante e que a maconha não te rouba o controle igual o álcool, as paradas ficam estranhas mas você sabe oque está fazendo e pra onde está indo e um outro ponto que achei interessante é que por mais que não tenha alcançado um efeito legal com o uso da droga, ela não te impede de dormir, pelo contrário as propriedades calmantes ajuda você a dormir mais, ou seja se você usar é não se sentir bem é só dormir que vai acordar leve leve , falo isso por experiência própria. Bom espero ter ajudado. Eu usei canabis 3 vezes e nenhuma delas eu tive uma boa experiência, agr tenho medo de experimentar novamente.
qual a melhor maconha pra iniciante?
Bora montar um grupo de maconheiros de primeira viagem no whatsapp?? Nós tiramos dúvidas um dos outros kkk sla acho que pode ajudar.
olá acho boa a ideia do grupo de whatssap
Oii, bora então. Se tu ver essa msg chamada lá no whatsapp que nos cria um grupo é vai achando outros maconheiros de primeira viagem kkkk
38 999161517
Espero que ninguém Q eu conheço veja isso aqui kkkkkkk
Vou fumar meu primeiro Beck hoje, depois volto aqui pra dizer como foi! Achei ótimo essas dicas
Mds! Eu querendo saber dos efeitos e sensações, agora não sei se quero mais 🤣
Muito interessante o artigo, contarei como foi minha primeira experiência com a maconha. Meu namorado faz uso faz um tempo, e eu quis experimentar. Dei algumas tragadas, e minutos depois começou a dar crises de risos do nada, incontroláveis. Até aí tudo ok. Então a sensação mudou de rumo. Comecei a sentir uma enorme pressão na minha cabeça, não estava tendo noção de tempo e nem espaço, eu escutava ele falando e era como se eu estivesse em outro mundo. Me bateu crise de ansiedade e pânico. Só queria que aquilo acabasse. Eu tentava mexer a cabeça pra ver se voltava pra realidade, mas minha mão formigava demais e meu corpo tremia todo. Não lembro de algumas coisas que aconteceram, e as que lembro são pequenas partes e não sei se foi real ou imaginação. Quando acordei, ainda fiquei com taquicardia e vertigem, fora a sensação de enjoo. Quando falei com meu namorado, ele me disse que fiquei muito pálida, provavelmente minha pressão havia baixado. Primeira experiência e última. Alguém pode me dizer se tive algum tipo de bad trip ou foi só uma sensação ruim mesmo?
É normal, minha primeira vez foi assim também, me desliguei de tudo, meus amigos falavam e parecia que eu estava escutando de outro mundo kkk, depois comecei a suar frio e meu coração acelerou quando foi passando fiquei com enjoo. estou aqui a um ano fumando..
tenta novamente mais fuma menos aumentando os limites da sua brisa, hoje à sensação é muito loka de boa