A natureza consiste em um sistema que se conecta de forma holística, tudo acontece sob o balanço de milhares de compostos, que juntos, possibilitam a vida, a atmosfera, os biomas, oxigênio, paisagens, alimentos, plantas, animais, fungos. O avanço da ciência trouxe a possibilidade de analisar compostos isolados, conseguimos nos aprofundar nas propriedades de muitos deles e entender seu papel na natureza, efeitos terapêuticos e muitas outras informações – com a cannabis não foi diferente.
Em 1964 Raphael Mechoulam, químico israelense, isolou pela primeira vez o THC, também conhecido como tetrahidrocanabinol. Tal acontecimento foi um divisor de águas dentro do conhecimento sobre cannabis. Estudar compostos isolados fez também com que a ciência abrisse os olhos para entender como esses inúmeros compostos (sejam canabinóides e/ou terpenos) em uma planta atuam de forma conjunta, podendo inclusive potencializando possíveis efeitos (bom seria se a construção de leis olhasse para a ciência também, não é?). Ethan Russo afirma que o THC é o componente da cannabis mais estudado desde que foi isolado pela primeira vez.
Embora muita gente só ouça falar do THC (tetrahidrocanabinol) e/ou do CBD – existem inúmeros outros canabinóides presentes nessa planta de efeitos terapêuticos tão extensos. Esses diferentes compostos e a quantidade deles presente no que será consumido são o que tornam cada tipo da planta tão especial – é como se as diferentes strains tivessem diferentes personalidades – cada uma causará um efeito diferente devido ao perfil de canabinóides de terpenos. É aí que está a chave do efeito Entourage, queremos mergulhar um pouco nesses mares no post de hoje…
O que é efeito entourage?
Criado pelo pesquisador israelense Shimmon Ben-Shabat, o termo “efeito entourage” refere-se a maneira como um composto reage na presença de outro. Isolado, cada um cumpre um papel – mas, quando juntos, esse papel pode se desdobrar em outras diversas funções e, inclusive, ser potencializado, aumentando os seus benefícios. A parte mais incrível de tudo isso é que uma única variedade de maconha pode conter mais de 80 tipos de canabinóides. São infinitas possibilidades de combinações, é cannabis para provar a durante inúmeros anos!
Essa sinergia na qual funcionam os componentes já foi comprovada em algumas pesquisas. Em 2010, por exemplo, um artigo publicado no Journal of Pain and Symptom Management revelou resultados do uso de canabinóides para tratar indivíduos com quadros de dores moderadas a severas causadas pelo câncer. Os pacientes receberam doses de extratos de THC e CBD e THC combinado. E, embora o THC seja o componente responsável diretamente pelo alívio no desconforto físico, a combinação entre THC e CBD obteve resultados melhores. Isso porque o CBD potencializa os efeitos do THC. Legal, né?
Outra descoberta interessante é que o CBD protege o nosso corpo dos efeitos negativos que o THC pode apresentar quando consumido isoladamente. Enquanto sozinho e em grandes quantidades o THC pode ser responsável pela sensação de paranóia e ansiedade, quando combinado com o CBD, esses efeitos “suprimidos”. O segundo ativo, de alguma forma, protege nosso cérebro desse tipo de reação. O CBD ainda retarda a repartição de THC no fígado, permitindo que os efeitos terapêuticos persistam por mais tempo.
Mas não são apenas os canabinóides que interagem e trabalham em equipe dentro do nosso corpo quando fumamos, vaporizamos ou ingerimos a erva.

Sinergia entre THC e terpenos
Também presente na cannabis, os terpenos são substâncias encontradas em óleos essenciais e são responsáveis principalmente pelo aroma característico de cada variação da planta. Embora o mirceno seja o mais comum, o limoneno, o pineno e o linalol podem ser encontrados em variações da espécie e em outras plantas!
Se você não é tão familiarizado com a aromaterapia, vamos exemplificar:
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O mirceno provê o aroma almiscarado aos fitoterápicos, e também é encontrado na manga e no tomilho. Seus principais usos medicinais são para alívio de dores, tensões musculares e inflamações. É encontrado nas variedades de erva Pure Kush, El Nino, Ouro do Himalaia, Skunk # 1 e White Widow.
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O limoneno, famoso pelo seu cheirinho cítrico, previne câncer e tem ações antifúngicas, antibacterianas e anti depressivas. É encontrado nas variedades de erva OG Kush, Super Lemon Haze, Jack, o Estripador e Lemon Skunk.
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O pineno, como o nome já lembra, tem aquele cheiro fresco dos pinheiros e propriedades anti inflamatórias. É encontrado nas variedades Jack Herer, Chemdawg, Bubba Kush, Trainwreck e Super Silver Haze.
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O linalol, presente também na lavanda, é responsável por esse cheirinho floral com toque de especiarias, e também é anti inflamatório. É encontrado nas variedades G-13, Amnesia Haze, Lavanda e LA Confidencial.
Assim como o THC e o CBD reagem de maneira diferente quando juntos, os terpenos também podem gerar efeitos únicos quando combinados a essas substâncias. Seu efeito sinérgico tem sido estudado por gerar reações bastante parecidas com a de fármacos, principalmente antidepressivos. Quer saber algumas delas?
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Eles inibem a captação de serotonina, como antidepressivos que seguem a linha do Prozac.
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Eles aumentam a atividade da noradrenalina, semelhante aos antidepressivos tricíclicos como o Elavil.
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Eles aumentam a atividade da dopamina, e aumentam o GABA.
Tanto a serotonina quanto a noradrenalina, a dopamina e o GABA são neurotransmissores importantíssimos para a nossa saúde mental, pois são responsáveis pela regulação do nosso humor, da energia, da disposição, da fome e da nossa sensação geral de bem estar. Por isso tantas pesquisas já ligam a cannabis ao tratamento de depressão, ansiedade e outros distúrbios do tipo.
Compostos isolados
Embora muitos prefiram extratos “de espectro completo” os famosos FULL SPECTRUM, nos quais se encontram mais de um composto da cannabis, existem muitos estudos envolvendo o isolamento de substâncias, principalmente do canabidiol e do tetrahidrocanabinol. Extratos mais refinados são uma forma de controlar exatamente o que você está colocando no seu organismo, e evita o risco de absorver algum componente indesejado cujos efeitos não trazem benefícios para a sua situação, por exemplo.
Vale ressaltar que isolar os compostos é uma forma de se adaptar a lei. Em inúmeros países, apenas o CBD é considerado o componente medicina
l, o que é um grande mito. Infelizmente, os estados alterados de consciência que o THC proporciona ainda é visto com olhos de julgamentos. Por isso, apenas o CBD com quantidades mínimas de THC são permitidos.
Nos Estados Unidos, dois remédios bastante comuns compostos por THC sintético são Marinol (dronabinol) e Cesamet (nabilone), que imitam o efeito analgésico do elemento naturalmente encontrado na cannabis. Mas, como citamos anteriormente, estudos já investigam o aumento do poder do THC em combinação com o CBD, o que pode revolucionar a produção de fármacos derivados da erva no futuro.
Atualmente, já vemos o interesse nas propriedades medicinais da cannabis crescer, e mesmo os usuários que começaram a conhecer o THC pelas suas funções recreativas já enxergam a erva com outros olhos. Lutar contra o proibicionismo é ir contra a desinformação, que acaba suprimindo a verdade: o poder dos canabinóides, principalmente em conjunto, pode ser a chave para melhorar a qualidade de vida de pessoas que sofrem de diversas doenças.
A melhor maneira de vencer o preconceito é o conhecimento. A medida que damos passos ao encontro da legalização, também damos espaço a pesquisas e estudos que nos ajudam a descobrir, mais e mais, todos esses tesouros escondidos nas flores canábicas!
FONTES
https://www.portalsaofrancisco.com.br/quimica/terpenos
https://medium.com/tudosobrecannabis/o-efeito-entourage-e8396a2cc9a7
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3797438/
https://bpspubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1111/j.1476-5381.2011.01238.x
Meu caso é tranquilo, no dia 07 de janeiro de 94 fiz uma "suposta" cirurgia na coluna, no dia 27 de janeiro de 94, ou seja, 20 dias depois estava operando novamente e de lá para cá foram 7 cirurgias e uma artrodese com 6 parafusos. Tenho dores crônicas à mais de vinte anos, me tornei "MACONHEIRO" com 50 anos e não troco meu cbd + thc e para uma potencialização uso skank fumado, fumo até não sentir mais dores e isso leva uns 3 a 4 "tapas", Mas, minha história é mais complicada, antes de conhecer a canabis medicinal o único medicamento que passava a dór era a tal da morfina ou heroina ou…..morte, foi salvo pela canabis. Namastê.
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