Antes de sermos consideradas bruxas, éramos veneradas como deusas canábicas! Conheça as entidades divinas apagadas da nossa história e venha aprender como elas se relacionavam à plantinha.
Antes da dominação patriarcal e católica existir na sociedade, as mulheres que praticavam suas habilidades de cura eram vistas como sacerdotisas e ligadas a muitas deusas. Elas foram veneradas por séculos e ajudaram a moldar as mais diferentes culturas da antiguidade, trazendo seus conhecimentos e contando histórias que nos ajudam a entender como era a vida antigamente!
Nesse tempo muito distante, a maconha e o cânhamo também eram consideradas plantas sagradas, e eram usadas tanto na religião quanto na medicina.
Vamos conhecer um pouquinho melhor a história delas?
Vem com a gente!
Deusa Ishtar (Oriente Antigo, aproximadamente 2.300 a.C.)
A deusa Ishtar, também conhecida como Inanna e Astarte, foi por milhares de anos a deusa mais importante venerada na Mesopotâmia, terra que deu origem a impérios poderosos como Akkadia, Babilônia e Assíria. Hoje, essa região compõe países como o Iraque, o Kuwait, a Síria, o Irã e a Turquia.
Também cultuada no Egito antigo, a “Rainha do Paraíso” e deusa da cura era homenageada de várias formas – inclusive com uma erva chamada Ishara (aromático da deusa Ishtar). Estudiosos afirmam que essa é a mesma planta da erva acadiana “qunnabu”, ou cannabis.
Com guerras, batalhas e tentativas de conquista de territórios, Ishtar passou de curandeira milagrosa para a deusa da guerra, tornando-se a amante representativa do rei no poder. Essa mudança cultural resultou na sexualização de deusas e outras entidades sagradas, destituindo-as de seus poderes de curar. Um desses poderes era justamente o conhecimento de plantas como a cannabis. Mais tarde, a caça às bruxas fez o mesmo.

Fonte: ziguarte
Rainha de Sabá (Arábia Meridional ou Norte da África, 950 a.C.)
A rainha de Sabá é mencionada pela primeira vez no Antigo Testamento, depois em aramaico no Targum Sheni, no Alcorão (onde se chama Bilqis) e na história da origem da Etiópia, o Kebra Nagast. Não se sabe muito bem se ela realmente existiu ou se sua existência é um mito, mas conta-se que seu reino acumulou uma riqueza sem igual através do controle de rotas comerciais.
Embora sua lenda tenha se tornado mais fantástica a cada iteração – incluindo ter as pernas de um burro -, o fio condutor é sua jornada para o norte, em homenagem ao recém-poderoso rei Salomão.
Em sua saga para visitar e homenagear o rei israelita Salomão, ela levou especiarias e ouro. E, embora as especiarias que ela trouxe não sejam nomeadas, sabe-se que a cannabis era comercializada em seu tempo ao longo de rotas comerciais que ela poderia ter usado. Além disso, ela ajudou a construir o templo de Salomão com cânhamo!

Fonte: Aescola
Deusa Asherah (Israel antigo, cerca de 1.800 a.C.)
Às vezes considerada mãe de Ishtar, a deusa Asherah ou Athirat está associada à Árvore da Vida, e é a portadora do fruto proibido – que permitiria aos homens pensar como deuses. Ela é mencionadas mais de trinta vezes na Bíblia Hebraica, e até mesmo o rei Salomão construiu um templo inteiro para Asherah!
Ela é ligada à cannabis por muitos teólogos modernos, que indicam que representações antigas de uma árvore de Asherah se parece muito com uma planta de cannabis (folhas com sete ou nove pontas) com um ramo de cola no topo.
Muito mais tarde, nos tempos medievais, alguns escritores islâmicos identificaram a cannabis com o nome “asherah”. Ao longo das eras, os israelitas foram proibidos de prestar homenagens à ela – embora muitos ainda o façam até os dias de hoje.

Fonte: Fatosdesconhecidos
Princesa Ukok (Sibéria, 1.500 a.C.)
Preservados nas montanhas de Altai, os restos mortais de uma jovem tatuada foram encontrados em 1993, juntamente com seis cavalos e um pote. A princesa Ukok foi sepultada com ornamentos de bronze, ouro e mais um pequeno recipiente de cannabis.
Por causa de suas tatuagens, ela foi identificada como uma alta sacerdotisa do povo Pazyryk, uma tribo intimamente relacionada aos povos citas nômades – conhecidos por seu uso ritualístico de maconha!
Uma ressonância magnética descobriu que a princesa tinha câncer e possivelmente usava cannabis medicamente. Além disso, o arnês alto e elaborado encontrado com os restos da mulher representa a Árvore da Vida.

Fonte: Fatosdesconhecidos
Magu (China, 300 d.C. ou anterior)
A taoista Xian Magu é a donzela do cânhamo em diferentes culturas orientais. Enquanto os contos populares variam, Magu é considerada uma jovem gentil que se tornou imortal em Magu Shan, ou Montanha Magu, uma pequena cadeia de montanhas na China.
Embora o cânhamo seja cultivado na região desde os tempos neolíticos, a maior parte de seu uso era para fins industriais — exceto para os taoistas, que consideram Magu muito estimada. O estudioso do século XX Joseph Needham descreveu a figura como a comandante do sagrado Monte Tai de Shandong, onde a maconha era colhida no sétimo dia do sétimo mês lunar.
Ele também escreveu: “Há muitas razões para pensar que os antigos taoístas experimentaram sistematicamente com fumaças alucinógenas“. Além disso, uma enciclopédia taoista de cerca de 570 a.C. registra cannabis adicionada a queimadores de incenso rituais ou incensários.
Gostou de conhecer essas histórias? Acreditamos que possam existir muitas outras deusas e entidades sagradas relacionadas a nossa plantinha favorita – mas muito do que se sabia sobre elas foi apagado por conta do proibicionismo. Mesmo assim, elas seguem sendo um exemplo de que nós, mulheres canábicas, somos incríveis e temos essa missão de resgatar o conhecimento espalhado pelas nossas ancestrais.
Vamos juntas nessa?
Até a próxima!
Adorei 💚 Obrigada pela partilha 🌱🙌😊