Agora que já mostramos a você exatamente o que é o cânhamo – ou hemp -, vamos te contar os principais motivos pelos quais essa plantinha é tão boa para a sustentabilidade do planeta!
Que o cânhamo é uma plantinha da mesma espécie que a cannabis, e que ele é muito especial, a gente já sabe. Ele é usado desde a antiguidade para fabricar as mais diversas coisas: cordas, tecidos, fibras, papel… Mas o que acontece é: com o proibicionismo, o cânhamo acabou caindo na mesma categoria da “erva do diabo”, de modo que muitos países acabaram banindo-a junto com a maconha. E, por isso, grande parte do mundo falha em explorar todo o potencial sustentável que ele representa!
A hemp é como uma cannabis sem a sua propriedade psicoativa, isso é, aquilo que nos deixa chapadas. Para se ter uma ideia, ela deve ter menos de 0.3% de THC – enquanto algumas strains de cannabis chegam a ter mais de 20% da substância. No entanto, ela pode ser usada para produzir CBD (o canabidiol, muito procurado por seus benefícios terapêuticos).
Mas nós acreditamos que o cânhamo é muito mais do que isso. Vemos ele como uma forma de mudar o mundo, com uma matéria prima mais limpa e ecológica e com um potencial para contribuir com uma agricultura regenerativa. Quer saber por quê acreditamos nisso? A gente te conta tudo nesse post!

O que há de tão incrível no cânhamo?
Como já falamos no texto linkado acima, o cânhamo é uma espécie sativa, enquanto a maconha pode ser sativa, indica ou ruderalis. Ou seja, é uma variedade que não chapa! Na antiguidade, já virou vela para navios e até mesmo Bíblia (sim, a primeira Bíblia foi feita de cânhamo, pelo famosíssimo Gutenberg, o pai da imprensa). E ela é um material muito menos danoso para o meio ambiente do que outros utilizados atualmente.
Se apenas a cannabis não fosse tão criminalizada em suas diversas formas, não é mesmo?
Basicamente, existem quatro pontos principais que nos impressionam nessa planta:
1) O fator regenerativo do solo
O cânhamo é a resposta mais ecológica à poluição do solo que causa dores de cabeça aos agricultores – e a todos nós que damos importância a nossa terra. A monocultura, seja de milho, soja, trigo ou outros vegetais, causou danos consideráveis em nosso planeta. Vemos o solo se tornando cada vez mais seco, e sua erosão é cada vez mais comum.
O hemp é uma ótima resposta para esses problemas, pois sua ampla adaptação climática e as raízes de um pé de crescimento rápido permitem que ele prospere em condições de seca. Também ajuda na estabilização do solo, graças às suas raízes longas e de rápido crescimento. Internacionalmente, em países como a China, o cânhamo tem sido tradicionalmente usado no controle da erosão. Ele ainda pode ser usado para limpar o solo e retirar desde resíduos de venenos e agrotóxicos até metais pesados!
2) A possibilidade de focar em pequenos agricultores
O cânhamo pode ser uma ótima maneira de tirar o cultivo das grandes empresas e focar em pequenos produtores, fomentando a economia familiar. Por exemplo: atualmente, os agricultores canadenses de cânhamo lucram cerca de US$ 250 por acre (o equivalente a 0,4 hectare) de cânhamo. Enquanto isso, o trigo rende em média US$ 30 a US$ 100 por acre.
Para que a introdução do cânhamo em nossa agricultura seja bem sucedida, precisamos do apoio do governo. A União Europeia subsidia US$ 400 por acre para o cultivo de cânhamo. Esse tipo de incentivo é fundamental para despertar o interesse dos pequenos produtores e fomentar a consolidação de uma indústria forte e sustentável.
Mas, infelizmente, aqui no Brasil é necessário legalizá-lo, antes de tudo.
3) A vantagem da versatilidade de usos da planta x o tempo de cultivo
De acordo com a organização americana Ministry of Hemp, desde que o cânhamo foi legalizado no Colorado, houve um crescimento exponencial no seu cultivo. Inicialmente, em 2014, o cânhamo foi semeado e colhido em 100 hectares de terra. Desde então, muitos agricultores adotaram a colheita e o cânhamo foi colhido em mais de 800 hectares em 2015. Isso é quase um crescimento de 1000%!
A demanda de cânhamo continua a crescer por lá, e a área total cultivada de cânhamo pretende aumentar para 8 mil hectares esse ano. Com o Colorado liderando o caminho, muitos outros estados estão observando e aprendendo com seu sucesso. Estados como o Havaí e Dakota do Norte, que procuram uma colheita adequada para substituir suas culturas básicas tradicionais, estão vendo o cânhamo como a solução alternativa.
Sua fase de crescimento é acelerada: até 6 semanas. Por isso, pode-se ter diversas colheitas por ano!
4) Possibilidade de retorno à técnicas ancestrais
Como sabemos, é possível que a cannabis tenha sido a primeira planta a ser deliberadamente cultivada pelo ser humano, e que tenha sido com ela que as primeiras práticas de agricultura tenham sido desenvolvidas. O cânhamo foi, também, usado por algumas das civilizações mais antigas das quais temos registros: povos Citas, do oriente médio, e até mesmo os Vikings, foram alguns a utilizar a planta como alimento, erva ritualística, fibra para roupas e muitos, muitos outros fins.
Resgatar o cultivo a essa planta também pode ser uma maneira de resgatar o cultivo não-ocidental; um plantio mais focado na terra e menos focado no lucro final. Com cultivo em ciclo fechado, prática agrícola que recicla todos os nutrientes e material orgânico de volta ao solo em que cresceu, podemos recuperar o solo dos danos causados pela monocultura.

Toda a vez que plantarmos cânhamo, será algo sustentável?
Não, assim como qualquer outro produto da agricultura, a sustentabilidade da produção desse planta vai depender das práticas adotadas não só para o seu cultivo, mas para os três pilares mais importantes desse conceito.Nesse modelo, a sustentabilidade depende de áreas que são igualmente importantes: social, econômica e ambiental.
A boa notícia é, no quesito ambiental, HEMP é uma escolha com pouco impacto ambiental e que pode ser convertida em tecidos de forma sustentável. Mas assim como tudo que nós compramos, temos que buscar as práticas dessas empresas para ter certeza que tais não estão “greenwashing” sua colheita, isso é, pondo um selo verde onde não existe uma totalidade de práticas sustentáveis.
Fica aqui nossa dica: toda a compra que a gente faz é um ato político. Busque sempre saber a origem.
Entendendo melhor
Aqui, vamos comparar alguns dos produtos de materiais “convencionais” a seus resultados caso substituídos pelo cânhamo:
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Plástico: o plástico de cânhamo é atóxico e biodegradável. Também é muito mais forte que o plástico convencional!
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Tecido: sua blusinha de algodão pode custar caro pra Terra. Isso porque ele usa 50% mais água do que o cânhamo para crescer, além de consumir 25% dos pesticidas do mundo.
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Papel: um hectare de cânhamo produz tanto papel quanto 4 hectares de árvores em uma estação de crescimento (cerca de 100 dias). Isso porque os caules de cânhamo crescem em 4 meses, enquanto as árvores levam de 20 a 80 anos.
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Combustível: o biocombustível à base de cânhamo é 86% menos poluente que a gasolina e pode ser usado em veículos de transporte já existentes.
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Óleo de cozinha: o óleo de semente de cânhamo é um dos mais ricos existentes, e um dos únicos onde há o balanceamento ideal dos ácidos graxos essenciais ômega 6 e ômega 3. Ótima fonte de vitamina A e E, inclui ainda minerais como cálcio, magnésio, enxofre, potássio, fósforo, ferro e zinco.
O cânhamo ainda pode se tornar bebidas como chás e cervejas, todos os tipos de roupas imagináveis (até sapatos e chinelos), e até CONCRETO e baterias!
Pegadas de carbono e o cânhamo
Já foi comprovado que o cânhamo absorve mais CO2 por hectare do que qualquer outra planta ou cultura comercial conhecida. Isso o torna ideal para nossa realidade, que precisa urgentemente diminuir os índices de dióxido de carbono na atmosfera. Ele ainda ajuda a limpar o ar, assim como faz com o solo, e pode melhorar a qualidade de vida de populações de grandes cidades que sofrem com as consequências da poluição.
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Para cada tonelada de cânhamo produzida, são removidas 63 toneladas de carbono da atmosfera!
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A pegada anual de carbono de um cidadão médio da União Europeia é de cerca de 10,5 toneladas de CO2. Uma tonelada de cânhamo pode, portanto, neutralizar a pegada de carbono de um cidadão da UE por seis anos.
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Para absorver as 64 toneladas equivalentes de CO2 de uma tonelada de cânhamo, seriam necessárias 2,860 árvores totalmente crescidas.
E então, deu pra entender por que apostamos tanto nessa simples plantinha para melhorar o mundo? Ela pode nos ajudar a diminuir nosso impacto por aqui, sem que seja necessário abrir mão de coisas que tanto amamos. E, vamos ser sinceros, a Terra é (até onde sabemos) o único planeta onde nasce ganja. Então, precisamos cuidar direitinho dela.
Até a próxima, com mais curiosidades, informações e dicas sobre nossas preciosas cannabis!
Meu Deus que perfeição adorei
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