Se você nunca foi atingido pela notícia de que “café faz mal”, você é uma pessoa de sorte! Mas, afinal, o que diz a ciência e os especialistas? A gente conta aqui os mitos, as verdades e as semelhanças do café e da cannabis!
A cannabis e seu cafezinho têm mais em comum do que você imagina. Ambos possuem substâncias que já foram demonizadas por pesquisas enviesadas, mas que, na verdade, podem ser boas para a gente – principalmente se soubermos como dosar e consumir com segurança. Hoje, ambas as plantas têm usos terapêuticos: a cannabis já é testada e pesquisada no mundo todo como tratamento possível para os mais diversos distúrbios, enquanto a cafeína é encontrada até mesmo naquele seu remédio para combater o resfriado ou as dores de cabeça.
Quer saber mais sobre as semelhanças dessa duplinha? A gente conta para você aqui, nesse post!
A má fama do café
Para fazer esse texto, além das nossas pesquisas, falamos com a maravilhosa Mônica Pupo, diretora e jornalista do site Maryjuana e também apaixonada por café – e ela trouxe algumas informações e curiosidades incríveis pra gente. Uma delas até explica a má fama que o nosso cafezinho de cada dia recebeu. Afinal, quem nunca ouviu falar que beber café faz mal? Hoje em dia, sabemos que a cafeína, em doses controladas, só faz mal para quem tem irritações no estômago, insônia, osteoporose ou sensibilidade ao composto. Mas a história começou de um jeito que a gente conhece bem no meio canábico.
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Segundo ela, a construção desse mito começou quando foi criada a patente do café descafeinado, e eram necessários argumentos para aumentar a sua venda. Aí, é claro, surgiram pesquisas financiadas pelos próprios criadores da patente, fazendo a caveira do café regular com argumentos bem absurdos, principalmente acerca da cafeína.
Hoje, sabemos que a cafeína pode ser uma grande aliada na prevenção de alguns tipos de câncer e até mesmo da degeneração cerebral, causadora do mal de Alzheimer e do Parkinson. Existem algumas pesquisas sobre como o café pode atuar na saúde do coração (já que, assim como o vinho, é rico em polifenóis), mas seus resultados ainda são inconclusivos. É algo para ficar de olho!
Quanta cafeína é muita cafeína?
Estudos realizados pela Mayo Clinic revelaram as doses ideais de cafeína para adultos sem sensibilidade à substância: é seguro consumir até 400 mg de cafeína por dia. Essa é a quantidade presente em cerca de cinco xícaras pequenas de café.
Mas a quantidade de cafeína presente em cada xícara pode variar conforme o tipo de café escolhido e o método de preparo. O café 100% arábica, por exemplo, tende a ter menos cafeína do blends mesclados ao grão robusta – uma variedade mais abundante, menos nobre, utilizada para fazer volume e baratear a produção).
E, embora a maioria das pessoas ache que o espresso é mais “forte”, ele é um dos métodos de preparo com menos concentração de cafeína, já que é feita em segundos. Já uma bebida feita na prensa francesa ou aeropress terá mais cafeína, por se tratar de uma infusão com o café – como ele fica mais tempo em contato com a água, o resultado é uma extração mais rica em cafeína e em diterpenos.
Delicinha terpenada
Você sabia que, assim como a cannabis, o café também tem seus (di)terpenos? O grão conta com dois compostos aromáticos próprios: o cafestol e caveol (kahweol). Essas substâncias são apontadas com antitumorais e antioxidantes, mas também têm o seu lado negativo: em grandes quantidades, podem ser responsáveis pelo aumento do colesterol.
Entretanto, nem todo café é rico nesses diterpenos – dependendo da forma de preparo, você pode encontrar mais ou menos deles na sua xícara. Os cafés coados e filtrados, mais comuns aqui no Brasil, não apresentam quantidade significativa dessas substâncias – mas preservam todos os outros benefícios da bebida que a gente tanto ama
E o que acontece se a gente misturar as duas coisas?
Já tentou misturar cannabis e café? A gente já, e sabemos que pode ser uma delícia (afinal, nada melhor do que uns peguinhas e uns golinhos para dar “aquele gás” no dia, né?). Mas, experiências pessoais à parte, a ciência diz que:
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Café + cannabis prejudicam a memória a curto prazo. Embora os estudos tenham sido realizados em ratos, especialistas afirmam que a memória recente pode ser ainda mais afetada quando o THC age em conjunto com a cafeína. Então, embora o café seja conhecido pela capacidade de nos deixar mais alertas, é preciso ter cuidado com o combo.
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Ambos podem aumentar a frequência cardíaca. A gente já sabe que um dos efeitos, tanto do café quanto da cannabis, é um aumento nos nossos batimentos. Quando combinados, podem não oferecer muitos riscos para um coração saudável – mas é necessário ficar de olho, sobretudo se você já conta com um histórico de hipertensão, arritmia ou doenças coronárias!
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Os dois nos deixam mais eufóricos! Estudos em ratos mostraram que tanto o café quando a cannabis ajudam o cérebro a liberar dopamina, o neurotransmissor do prazer, da felicidade e da euforia. A gente meio que já sabia dessa, né?!
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Um pouquinho de café pode prolongar a brisa. Uma pesquisa realizada com macacos mostrou que, quando administrada em animais que tinham sido expostos à cannabis previamente, a cafeína fazia o efeito da planta durar mais, e ser mais forte com menores quantidades. Mas, com muita cafeína, o efeito se mostrou o contrário!
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As duas substâncias podem aumentar a ansiedade. Aqui no blog, já trouxemos um pouco sobre a relação entre altas doses de THC e a ansiedade clínica em usuários predispostos – e o mesmo vale para o café. As altas quantidades de cafeína já foi ligada a crises de ansiedade por dezenas de estudos, e é preciso ter cuidado na dosagem!
Então, o que fazer?
Existem algumas dicas para saber até onde a combinação é segura para você:
- Use e observe: uma das dicas mais óbvias (mas mais recomendadas) é começar com pequenas doses de ambas as substâncias para entender até onde elas, combinadas, são seguras para o seu corpo e fazem você se sentir bem. Afinal, ambas são psicoativas, e o que a gente menos quer é uma brisa ruim com um café e um baseadão gostoso do lado!
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Prefira substâncias de qualidade: quem já conhece a gente sabe que sempre vamos incentivar a escolha de substâncias melhores do que o prensado de guerra (ainda mais se forem frutos do autocultivo), e o mesmo se aplica para o café que você bebe. Quanto mais industrializado, maior a quantidade de processos aos quais os grãos foram submetidos. Grandes marcas ainda são conhecidas por fazer blends “pouco cuidadosos”, misturando galhos, insetos e até terra ao que vai parar na sua xícara. Qualidade é a chave – assim, você precisa de menos quantidade para ficar de boa.
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Redução de danos também vale para o café: existem algumas medidas que você pode tomar caso queira reduzir os efeitos negativos da cafeína no seu corpo. As principais são: se hidratar entre as doses, não consumir a bebida de estômago vazio e maneirar na quantidade.
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Crise de abstinência: Esse é um alerta para as/os “cafezeiras” de plantão. Sim, tirar o baseadinho do cotidiano às vezes não faz tanta diferença quanto tirar o café. Muitas pessoas experimentam sintomas como: dor de cabeça, alteração de humor (irritabilidade), indisposição, dificuldade de se concentrar, e outros. Tais se iniciam após 12 horas da última ingestão, podendo se estender por até uma semana. Interessante não é? Então vale lembrar que se o seu objetivo for cortar ou diminuir o número de cafezinhos, começar aos pouquinhos pode ser uma ótima estratégia para minimizar esses sintomas desconfortáveis.
Gostaram de saber de tudo isso? Vocês vão curtir ainda mais é saber que a Mônica, que deu uma mão incrível para o nosso texto, também tem uma marca de cafés que a gente adora: a MARY 4:20. Eles são produzidos com todo o carinho, com seleções especiais e blends pensados exatamente para dar origem a cafés incríveis.
Já conheciam essas informações e o trabalho da Mary? Contem para a gente aqui nos comentários!
adorei, grande fã de cafezinhos aqui
Tomo todo dia, não deveria. Compartilhei no blog. Sucesso.