Em mercados irregulares, a contaminação é um dos maiores problemas que podem afetar os maconhistas. Venha conhecer os no principais adulterantes e como identificá-los!
Um dos maiores problemas do proibicionismo, além de toda a violência e opressão do Estado, é que não temos como saber com certeza a qualidade do que estamos usando. Mesmo em mercados regulamentados, ainda pode existir a adulteração ou contaminação da maconha, e precisamos estar bem atentas para não dar mole e acabar usando algo que pode acabar com a nossa saúde.
Alguns dos contaminantes mais comuns encontrados em amostras de maconha são os industriais, que são praticamente impossíveis de detectar sem uma análise mais profunda. Isso é o que geralmente ocorre no mercado legal, e pode ser facilmente resolvido pela obrigatoriedade de Certificados de Análise, ou COAs.
Já no mercado ilegal, por outro lado, ficamos às escuras — e nosso corre pode vir, muitas vezes, com ingredientes “especiais” não tão legais para o nosso organismo.
Uma das melhores maneiras de se prevenir contra problemas relacionados à contaminação é justamente saber quais são os principais contaminantes e como identificá-los. Aqui, vamos mostrar uma lista de adulterantes comuns e algumas das melhores maneiras de se certificar que eles não irão parar no seu baseado.
Vamos lá!
Diferentes tipos de contaminantes na maconha
No mercado paralelo, existem muitas estratégias envolvendo contaminantes para dar uma cara mais bonita à maconha. Fertilizantes, areia e até açúcar podem ser utilizados para dar uma aparência melhor a produtos que já não estão mais tão apetitosos assim. Alguns deles podem aumentar o peso, o que faz a maconha render, ou até deixar a erva mais pegajosa, para dar a impressão de que ela está fresquinha e tricomada.
Além disso, também existem contaminações industriais, que podem envolver pesticidas fortes e até metais pesados. Eles podem acarretar inúmeros riscos para o consumidor, e são até mais difíceis de identificar sem uma análise em laboratório.
Aqui, temos uma listinha para você ter noção do que pode estar em uma maconha de menor qualidade:
Maconha com areia
Ao ser criada em um cultivo outdoor, naturalmente a maconha pode acabar contendo alguns pedacinhos de solo e partículas de areia. Mas, em alguns casos, ela pode ser intencionalmente adulterada com areia ou pequenos cristais de quartzo. Eles dão uma aparência mais tricomada à planta e adicionam peso ao que será vendido.
É preciso tomar cuidado: inalar partículas de quartzo, pó de sílica cristalina, ou areia, representa uma ameaça de silicose, uma doença pulmonar grave que causa inflamação pulmonar. Seus riscos são aumentados dependendo da quantidade inalada e do tempo de exposição à substância.
Açúcar na maconha
O açúcar é comumente usado para dar mais peso seco à planta e, consequentemente, mais lucro para os revendedores. Ele é dissolvido em água e borrifado na maconha, deixando uma camada pegajosa. Se for usado açúcar branco, o produto pode parecer esbranquiçado. No caso do açúcar mascavo, pode ser mais difícil a identificação, já que ele imita a cor dos tricomas maduros.
Os açúcares defumados aumentam os níveis de formaldeído, acetaldeído, acetona, acroleína e 2-furfural na fumaça, e contribuem significativamente para os efeitos adversos do fumo — especialmente se você curte misturar maconha com tabaco. Testes padrão de glicose disponíveis em farmácias podem detectar a presença desses adulterantes instantaneamente.
Fertilizantes Brix usados para dar peso a cannabis
Para quem não sabe, Brix é uma unidade utilizada para medir o peso de certos açúcares e carboidratos nas plantas — e pode ser usada até na indústria vitivinícola. Todas as plantas precisam de uma certa quantidade de açúcar e carboidratos para crescer e sobreviver, e isso inclui a cannabis. Alguns fertilizantes químicos são fabricados com o objetivo de aumentar o Brix e, portanto, estimular um surto de crescimento.
Entretanto, às vezes, eles podem ser usados para aumentar o peso da cannabis.
É muito difícil identificar o Brix como contaminante, já que ele é praticamente invisível. Porém, as flores podem queimar severamente e os usuários podem perceber um sabor químico em materiais adulterados.
Fertilizantes e pesticidas como contaminantes na maconha
Fertilizantes, pesticidas e fungicidas são frequentemente usados no processo de cultivo, mas muitas vezes afetam negativamente o usuário final do produto. É praticamente impossível sem testes de laboratório de terceiros identificar a presença de fertilizantes e pesticidas, já que são invisíveis a olho nu e pouco afetam o sabor da cannabis.
As piretrinas contidas em inseticidas podem causar danos ao sistema nervoso central, além de sintomas graves relacionados à asma.
Os contaminantes industriais podem ser removidos até certo ponto usando uma técnica chamada flushing. Isso significa que, no último estágio da floração, as plantas não recebem fertilizantes ou nutrientes, apenas água, permitindo que a planta se livre de quaisquer nutrientes ou produtos químicos remanescentes nas flores. Mas isso não elimina todos os contaminantes e não é o método mais eficiente.
Ou seja: viva o cultivo orgânico e regenerativo!
Maconha contaminada com chumbo
O chumbo é um metal pesado extremamente perigoso para a saúde. Extremamente difíceis de detectar a olho nu devido à sua cor escura, as lascas de chumbo só podem ser identificadas com a ajuda de um microscópio. A intoxicação por chumbo pode causar danos ao sistema nervoso central e periférico, além de afetar o cérebro, fígado, rins e ossos.
Em 2007, a cidade alemã de Leipzig relatou 597 casos de usuários que fumaram cannabis contaminada com chumbo. Cerca de 163 consumidores tiveram intoxicação por chumbo que necessitou de tratamento e 73 usuários tiveram concentrações de chumbo que exigiram monitoramento. Dos 160, 113 consumidores necessitam de tratamento médico e 35 foram hospitalizados. O chumbo é armazenado nos dentes e ossos e, portanto, pode levar muito tempo para expulsá-lo do corpo com sucesso (às vezes até 37 anos).
Mofo na maconha
A maconha mofada é relativamente fácil de identificar pelo toque, cheiro e visual. Dependendo do grau de contaminação, o produto pode mostrar pontos brancos e peludos — além daquele cheiro característico. O mofo pode ocorrer durante o próprio ciclo de crescimento ou como resultado de botões de cannabis mal armazenados e curados.
Os esporos de mofo podem ser ameaçadores, especialmente para usuários que já sofrem de alergias ou asma, ou têm um sistema imunológico fraco. Além disso, pessoas sem problemas de saúde anteriores podem apresentar sintomas como problemas respiratórios, irritação da membrana mucosa e dores de cabeça.
Lascas de vidro na maconha
Pedaços de vidro, principalmente de origem industrial, geralmente não podem ser encontrados a olho nu, mas podem ser vistos com um microscópio. As altas temperaturas da combustão fazem com que as partículas de vidro se quebrem, podendo desenvolver-se fragmentos de arestas vivas. Uma vez no sistema respiratório, eles podem causar danos e cortes minúsculos. Cicatrizes no tecido ferido podem levar à silicose, mas apenas quando a cannabis com vidro for consumida continuamente.
Prensado com insetos
Quem nunca viu o famoso prensadinho bichado por aí? No processo pelo qual a maconha passa até virar o prensado que chega até você, muitos insetos, como moscas, aranhas e baratas, podem ter acesso ao produto e ficarem presos aos blocos após a prensa. Normalmente, você fumar um pedaço deles não vai fazer mal, mas… bom também não é, né?
Para evitar fumar uma perninha de barata, lave bem o seu prensado antes de consumir. Não esqueça de secá-lo para evitar o desenvolvimento de fungos.
Maconha sintética
Por último, mas não menos importante: existem muitas pessoas que acabam comprando a maconha sintética (também conhecida como K2 ou spice) sem saber, achando que é erva. Mas a diferença é bem visível: a maconha sintética tem um aspecto bem diferente, além de não ter o mesmo cheiro característico da planta.
Fique bem atento: a maconha sintética pode ser muito problemática e causar idas ao pronto-socorro.
Como saber se minha maconha está contaminada?
O melhor que você pode fazer é usar seus cinco sentidos para entender se sua maconha foi contaminada ou não. Saca só:
Identificando contaminantes com a visão
Antes de consumir seu corre, certifique-se de inspecionar de perto a maconha. Use uma lupa, se necessário. Fique atento a substâncias cristalinas esbranquiçadas (que não sejam tricomas – a diferença pode ser insignificante com alguns contaminantes de alta qualidade, então tenha cuidado!), bem como caules que parecem estar endurecidos por uma substância estranha.
As hastes geralmente podem ser uma indicação mais clara de contaminantes, pois as partículas finas podem estar escondidas entre a superfície irregular das próprias flores. A inspeção visual deve ajudá-lo a identificar açúcar ou grânulos de vidro na flor ou no prensado, bem como qualquer mofo ou fungo que possa estar escondido.
Identificando contaminantes com o tato
Esfregue um pedaço de flor ou talo entre os dedos para testar a presença de adulterantes. Você pode sentir uma textura calcária e seca, bem como grãos individuais de areia, vidro ou açúcar.
Identificando contaminantes com o olfato e paladar
O sabor e o cheiro da maconha podem dizer muito sobre contaminantes. Qualquer cheiro inusitado, como perfume ou algum elemento adocicado, podem ser sinais de contaminantes. Aromas químicos também podem significar maior concentração de pesticidas, herbicidas e fertilizantes.
Outros métodos de detecção
- Se você já começou a fumar um baseado, pode avaliar a fumaça e o gosto. Às vezes, a primeira tragada é a única coisa que denuncia um possível adulterante. Gostos químicos ou ásperos podem indicar problemas. Se esse for o caso, jogue fora esse beck — não vale a pena.
- Outro meio muito importante de detecção é verificar suas cinzas. Alguns contaminantes comuns, particularmente areia de construção, fazem com que as cinzas das juntas de cannabis se tornem duras e compactas. Essas cinzas também podem ter uma cor muito escura, embora nem sempre seja o caso.

E aí, deu pra ver o que é uma maconha boa ou contaminada? Conta pra gente aqui nos comentários se você já achou algo estranho na sua plantinha. E não esquece de nos seguir lá no Instagram @girlsingreen710 para mais informações sobre maconha, concentrados, Redução de Danos — e muito mais.
Até a próxima!